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Médio Oriente
Reconstrução de Gaza vai custar cerca de 45 mil milhões de euros - ONU

O subsecretário-geral da ONU Jorge Moreira da Silva anunciou que serão necessários cerca de 45 mil milhões de euros para reconstruir a Faixa de Gaza, destruída pela operação israelita.


Autor: Lusa/AO Online

Em declarações à margem de uma iniciativa da Comissão Europeia, em Bruxelas, Jorge Moreira da Silva, diretor executivo do Gabinete da ONU para Projetos e Serviços (UNOPS, na sigla em inglês) disse que “80% das infraestruturas [de Gaza] estão destruídas, 94% das escolas, grandes parte dos hospitais, mais de 80% das casas”.

“Em termos práticos, estamos a falar de uma necessidade na ordem dos 52 mil milhões de dólares [cerca de 45 mil milhões de euros] para a reconstrução de Gaza”, completou, considerando que vai ser “um grande esforço” e a “comunidade internacional vai ter de se mobilizar”.

No entanto, antes da reconstrução vai ser necessário remover cerca de “50 milhões de toneladas de escombros que estão em Gaza”, disse.

“Sem essa remoção é impossível avançar para a reabilitação e a reabilitação pressupõe desde água, saneamento, eletricidade e, depois sim, a reconstrução”, acrescentou.

Praticamente todas as infraestruturas na Faixa de Gaza estão destruídas.

Questionado sobre se Israel deve pagar reparações à população palestiniana pela destruição do enclave nos últimos dois anos, Jorge Moreira da Silva escusou comentar e afirmou que as Nações Unidas estão preparadas para entrar no terreno com apoio para os cidadãos de Gaza assim que houver um acordo para um cessar-fogo.

“Sei que pode parecer uma miragem e quem nos está a ouvir pode achar que é uma utopia estar a falar da reconstrução de Gaza numa altura em que 66.000 pessoas foram mortas - 20.000 crianças -, mas a verdade é que vai ser absolutamente imprescindível, logos nos primeiros dias, assim que se consiga um cessar-fogo […] avançar com toda a ajuda humanitária”, comentou.

A intervenção da ONU, incluindo da UNOPS, está a ser impossibilitada pelo bloqueio israelita, que impede a entrada de comida, medicamentos e combustível em Gaza.

Sobre se o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, deve um pedido de desculpas às Nações Unidas, que criticou a organização mundial ter apelado para um cessar-fogo e por ter denunciado a existência de evidências de que a “operação militar”, como é definida por Israel, configura um genocídio, Jorge Moreira da Silva disse que “o sentimento de impunidade é evidente que é uma das coisas mais perturbadoras na diplomacia nos dias de hoje”.