Recluso é capturado após fuga da cadeia de Ponta Delgada
8 de abr. de 2024, 14:15
— Lusa/AO Online
Frederico
Morais, dirigente do Sindicato Nacional do Corpo da Guarda Prisional
explicou à agência Lusa que o recluso, a cumprir pena por tráfico de
droga, evadiu-se da cadeia de São Miguel cerca das 16h00, "saltando o muro" numa zona onde "uma torre estava
desativada", devido à "falta de pessoal".Ainda
de acordo com Frederico Morais, o recluso tentou esconder-se num anexo
junto a uma habitação perto do Estabelecimento Prisional de Ponta
Delgada, mas os guardas prisionais desencadearam de "imediato buscas nas
proximidades" e o homem foi capturado.O
dirigente do Sindicado Nacional do Corpo da Guarda Prisional disse ainda
que a ocorrência "demonstra a fragilidade do sistema prisional em
Portugal" e "a situação gravíssima" da cadeia de Ponta Delgada, na ilha
de São Miguel, recorrentemente denunciada.“Neste
momento, na cadeia de Ponta Delgada nem os reclusos têm condições de
habitabilidade e os guardas prisionais trabalham em condições
desumanas”, apontou Frederico Morais, assinalando que no ano passado
ocorreram três tentativas de fuga, duas das quais "através de buracos"
feitos na parede do próprio estabelecimento prisional."Também
um outro recluso tentou evadir-se há cerca de três a quatro meses,
saltando o muro e só não encetou a fuga, porque quando caiu na estrada
partiu o pé", relatou ainda, insistindo no alerta para a situação de
"grande fragilidade" do edifício do Estabelecimento Prisional de Ponta
Delgada.Com uma população prisional de 128
reclusos, a cadeia de Ponta Delgada "tem apenas capacidade para 117",
apontou, acrescentando que existem cerca de 60 guardas prisionais e “há
um défice de cerca de 20” profissionais.Frederico
Morais considerou ainda que a cadeia não tem condições mínimas de
segurança para estar aberta, salientando que "a segurança da população
está também em causa"."O problema da grave
de falta de pessoal não é só na cadeia de Ponta Delgada é no país todo e
nas ilhas", afirmou, lamentando o impasse na construção de um novo
Estabelecimento Prisional em São Miguel.Questionada
pela Lusa, a Direção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais garantiu
que a evasão do recluso "a partir do pátio de recreio" foi "detetada e
acompanhada" pelos elementos da vigilância presentes."O
recluso nunca acatou as ordens que lhe foram dadas para parar, tendo
sido recapturado logo após ter saltado o muro para o exterior", lê-se
numa nota enviada à Lusa, onde é referido que o recluso "fraturou um
calcanhar", pelo que se encontra "em tratamento" numa unidade do Serviço
Regional de Saúde.O recluso será alvo de
um "processo disciplinar", segundo a Direção-Geral de Reinserção e
Serviços Prisionais, e "os factos respeitantes ao crime de evasão serão
comunicados ao Ministério Público".