Autor: Lusa/AO Online
“A execução de 2020 reflete os efeitos da pandemia da Covid-19, traduzindo-se numa quebra de 26,7 milhões de euros face a 2019 (-3,8%), consequência direta do decréscimo generalizado registado nos impostos indiretos”, lê-se na proposta do Orçamento da região para 2021, entregue na quinta-feira no parlamento regional e entretanto disponibilizada na página da assembleia.
Segundo o documento, o decréscimo nos impostos indiretos foi provocado “sobretudo” pela quebra no Imposto sobre o Valor Acrescentado (IVA), que registou uma diminuição de 26,2 milhões de euros, “devido à quebra significativa e abrupta no consumo privado”.
Esta quebra da receita fiscal foi “parcialmente atenuada pela evolução positiva” do Imposto sobre o Rendimento de Pessoas Singulares (IRS), que cresceu cerca de 17,5 milhões de euros.
Entre 2019 e 2020, a variação na receita dos impostos diretos foi de 7,7%, enquanto nos impostos indiretos foi de -8.8%.
O imposto que registou uma descida maior entre 2019 e 2020 na região foi o Imposto sobre Veículos (ISV), com uma variação de -40,2%.
No total, entre impostos diretos e indiretos, foram executados na região 694,5 milhões de euros em 2019 e 667,8 milhões em 2020.
O Governo dos Açores, de coligação PSD/CDS/PPM, prevê para 2021 uma receita fiscal de 675,3 milhões de euros, um valor superior a 2020, mas inferior a 2019.
“Comparativamente ao ano económico transato, [em 2021] é expectável uma recuperação da receita fiscal na ordem dos 7,4 milhões de euros, todavia ainda significativamente inferior aos níveis pré-pandemia observados em 2019 em cerca 19,3 milhões de euros”, aponta o Orçamento.
Em 2021, o executivo açoriano prevê receitas no IRS de 185,6 milhões de euros (mais 1,5% do que em 2020) e de 45 milhões no Imposto sobre o Rendimento de Pessoas Coletivas (IRC) - mais 3,9% do que em 2020 -, mas antevê uma quebra de 800 mil euros do IVA (-0,3% face ao ano passado).
"Relativamente ao IVA, [em 2021] prevê-se um ligeiro decréscimo de 0,8 milhões de euros (-0,3%), que resulta do impacto da redução da taxa normal até ao limite legalmente admitido”, lê-se no Orçamento da região.
Na
sequência de uma promessa eleitoral, o presidente do Governo dos
Açores, o social-democrata José Manuel Bolieiro, declarou, em dezembro,
na apresentação do Programa do Governo, pretender “fazer cumprir a
diminuição dos impostos até ao limite legal previsto na Lei de Finanças
das Regiões Autónomas", numa alusão ao IVA, ao IRC e também ao IRS, que
podem ser inferiores até 30% em relação ao restante território nacional.