Realizador de “Green Book” não esperava ganhar” Óscar de Melhor Filme
25 de fev. de 2019, 10:36
— Lusa/AO Online
"De
certa forma bloqueei, como quando vejo uma partida de futebol e saio da
sala se quero que a minha equipa marque", comparou o cineasta. "Pensei
em tudo menos vencer isto, e funcionou". As
controvérsias do filme, que se baseou na história verdadeira do
pianista de jazz Donald Shirley, foram "desanimadoras" para os
criadores, disse o produtor Jim Burke, mas não impediram a Academia de
lhe atribuir três estatuetas em cinco nomeações, incluindo melhor filme,
melhor argumento original e melhor ator secundário (Mahershala Ali). O
realizador afro-americano Spike Lee, que viu o seu filme
"BlackkKlansman" perder para "Green Book", disse que "o árbitro tomou
uma má decisão" quando foi questionado sobre a sua reação ao anúncio do
Óscar. O
produtor Charles B. Wessler confessou que se "esqueceu" de que era
possível vencer, e estava a trocar comentários com um amigo quando Julia
Roberts anunciou "Green Book" como vencedor, para sua surpresa e da
restante equipa. A
reação nos bastidores foi de estranheza, mesmo não havendo um claro
favorito nesta edição, e depois de "Roma" já ter vencido na categoria de
melhor filme estrangeiro. Apesar
de Viggo Mortensen não ter ganhado a estatueta de melhor ator pelo seu
papel como Tony Lip, em "Green Book", Peter Farrelly atribuiu-lhe todo o
mérito pelo Óscar de melhor filme, nos agradecimentos. O
cineasta disse nunca ter pensado na personagem interpretada por
Mortensen como algo que hoje seria apoiante do presidente do Donald
Trump com um boné a dizer "MAGA" (Make America Great Again" na cabeça. "A
mensagem é, falem uns com os outros e vão descobrir que têm muito em
comum", explicou Farrelly, dizendo que se trata de uma "mensagem de
esperança", e que "a única forma de resolver problemas é a falar".