Rangel quer Portugal “na linha da frente” de defesa de estatuto de candidato à UE
Ucrânia
21 de abr. de 2022, 16:44
— Lusa/AO Online
Em
declarações aos jornalistas na Assembleia da República, no final de uma
reunião entre o grupo parlamentar do PSD e três dos eurodeputados
sociais-democratas, Paulo Rangel considerou que é necessária “alguma
prudência” quanto à adesão da Ucrânia à União Europeia.“É
preciso alguma prudência, mas acho que António Costa foi demasiado
reservado. Nós devíamos dar um sinal mais claro à Ucrânia e há todas as
condições para o fazer. Não significa uma adesão rápida, mas, pelo
menos, o estatuto do candidato devíamos assegurar que até ao verão está
garantido”, defendeu.Na quarta-feira, numa
entrevista promovida pelo Clube de Jornalistas, em parceria com a
agência Lusa e com a Escola Superior de Comunicação Social, o
primeiro-ministro afastou a possibilidade de êxito de um rápido processo
da Ucrânia à União Europeia, apontando problemas por resolver entre
vários Estados-membros que estão “desconfortáveis” desde o Tratado de
Lisboa.“Para já, Portugal devia estar na
dianteira da defesa do estatuto de candidato e é pena que o
primeiro-ministro não tenha feito disto uma bandeira da política
europeia portuguesa”, criticou Rangel.Questionado
sobre a ausência do PCP sobre a sessão solene de hoje no parlamento com
o Presidente da Ucrânia - para a qual foram convidados os eurodeputados
-, o vice-presidente do grupo do Partido Popular Europeu disse ter
pena, mas não estar surpreendido.“É
estranho é que, durante seis anos, o PS tenha feito política com um
partido que tem as posições que tem o PCP. Estão sempre a falar de um
cordão sanitário, como é que o partido de António Costa esteve seis anos
sem fazer um cordão sanitário a um partido que acha normal o que está a
acontecer na Ucrânia e diz que os culpados são os Estados Unidos e os
países europeus?”, questionou. Paulo
Rangel esteve ladeado pelo chefe da delegação do PSD no Parlamento
Europeu, José Manuel Fernandes, da eurodeputada Lídia Pereira e do líder
parlamentar do PSD, Paulo Mota Pinto, todos com um pin azul e amarelo,
as cores da bandeira da Ucrânia.O eurodeputado disse esperar que hoje o presidente Zelensky deixe “um pedido de ajuda lancinante” no seu discurso no parlamento.“Seja
no plano militar, seja no plano financeiro, seja no plano humanitário,
nós precisamos neste momento de reforçar a ajuda à Ucrânia e isso é uma
evidência”, afirmou.Paulo Rangel admitiu
que, se será difícil avançar com a cobertura aérea do espaço ucraniano,
pelo menos “o embargo total ao petróleo e ao gás já devia estar feito”.“Nós
continuamos a financiar com 800 a mil milhões de euros por dia a
economia russa e com isso financiar a guerra, que pode afetar não apenas
os ucranianos, mas todos nós”, afirmou.A
reunião entre os eurodeputados e a nova direção da bancada
social-democrata serviu também para coordenar os trabalhos do PSD para
os próximos meses a nível dos dois parlamentos.