Autor: Sara Madeira/Lusa/AO Online
“É uma prática que grande parte dos membros da União Europeia acordaram, tem a ver com a circunstância de termos tido dezenas de drones que atravessaram o espaço aéreo e, portanto, entraram em território da União Europeia e em território da NATO, que é uma circunstância que não tem paralelo”, justificou Paulo Rangel, em declarações aos jornalistas, no final de uma visita ao Pavilhão de Portugal na Expo Osaka, no âmbito da visita do primeiro-ministro ao Japão.
O ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel, convocou o embaixador russo para pedir explicações sobre “a invasão do espaço aéreo e da fronteira” da Polónia, disse na quinta-feira à Lusa fonte oficial.
Questionado sobre o significado desse ato, o ‘número dois’ do Governo disse ter um sentido “de protesto formal e de significado sancionatório”.
“Se quiser, é uma advertência, é uma primeira sanção de advertência. Aguardamos explicações, estará quase a decorrer em Portugal essa audiência e, obviamente, pode ser que haja alguma explicação”, disse.
No entanto, o ministro disse ter pouca expectativa de que possa ocorrer “de forma convincente”.
“Até agora, a Federação Russa ainda não deu nenhuma explicação convincente para esse facto”, afirmou.
Questionado se todos os países da União Europeia vão tomar essa decisão, Rangel admitiu que não será unânime, mas muitos países já o fizeram.
“A França, por exemplo, também decidiu fazer isso hoje, a Espanha tinha feito, a Suécia também, a Bélgica também, a Croácia também, a Roménia também, os países bálticos também, a Polónia, evidentemente, eu diria que é um grande número, serão, com certeza, mais de 20”, precisou.
O embaixador russo encontra-se atualmente fora de Portugal, pelo que será representado pelo encarregado de negócios da embaixada da Rússia em Lisboa.
As autoridades polacas, que denunciaram uma “provocação de grande escala” por parte da Rússia, indicaram que 19 drones entraram no espaço aéreo polaco, tendo alguns sido abatidos.
O primeiro-ministro polaco, Donald Tusk, invocou o artigo 4.º da NATO, que prevê consultas entre os Estados-membros.
Moscovo alegou que não tinha a intenção de violar o espaço aéreo russo.
O incidente mereceu uma condenação generalizada dos países da NATO e da União Europeia.
A Polónia pediu também uma reunião urgente do Conselho de Segurança da ONU, que se deverá realizar na sexta-feira.