Rangel defende Lei das Finanças Regionais "mais flexível" para deixar respirar autonomias
PSD
8 de nov. de 2021, 15:29
— Lusa/AO Online
“Se
há matéria na qual nós podemos fazer alguma evolução progressiva das
autonomias, e isto vale tanto para a Madeira como para os Açores, é na
matéria fiscal”, afirmou o eurodeputado Paulo Rangel, que chegou hoje à
região, onde permanece em campanha para as eleições internas do PSD até
terça-feira. Para o eurodeputado, “há
matérias nas quais não é muito fácil esticar as competências, mas há
outras nas quais é possível ser muito mais flexível". "E
eu acho que uma das formas que nós temos justamente para falar numa
autonomia progressiva é vir a Lei das Finanças Regionais a contemplar um
pouco mais de espaço de respiração fiscal para as autonomias”,
considerou. O candidato à liderança dos
sociais-democratas falava aos jornalistas após uma reunião com o
presidente do Governo Regional (coligação PSD/CDS-PP), Miguel
Albuquerque, na sua residência oficial.Paulo
Rangel destacou alguns dos pontos abordados no encontro com o chefe do
executivo regional, entre os quais problemas relacionados com a TAP e
com os fundos europeus. Na questão da TAP,
o social-democrata salientou que o “Estado português está a gastar só
com a TAP mais do que gastou no apoio a todas as empresas durante a
pandemia”.Questionado sobre se
privatizaria de novo a companhia caso seja primeiro-ministro, Rangel não
quis responder diretamente, mas garantiu: “Não teria cometido o erro
que cometeu este Governo, primeiro revertendo a privatização e depois no
próprio plano de recuperação”.“Porque,
neste momento, até agora nós já metemos mais de três mil e duzentos
milhões de euros na TAP e os resultados são estes. Porto Santo não tem
ligações, as ligações entre Funchal e Lisboa são caríssimas, as ligações
com outras cidades do país praticamente nem existem também”, sustentou.
Também sobre a questão do ‘ferry’ entre a
Madeira e o continente, o candidato à liderança do PSD criticou o
Governo por não garantir o regresso da ligação, mas escusou-se a assumir
um compromisso caso seja eleito. “Nós
estamos a ver sistematicamente falhas de compromissos que já foram
assumidos, nós não estamos a falar agora daquilo que se pretende para o
futuro”, afirmou.Paulo Rangel realçou
“outra questão muito importante que é a questão dos fundos europeus,
onde a Madeira tem sido bastante prejudicada”.Apontando
que as verbas previstas para a Madeira no Plano de Recuperação e
Resiliência (PRR) ficaram “claramente atrás daquilo que seria expectável
para as regiões ultraperiféricas”, o eurodeputado defendeu que os
fundos de coesão poderiam corrigir esses “défices” e criticou o facto de
não existir “nada feito sobre essa matéria”.O
candidato à liderança do PSD sublinhou ainda os custos que a Madeira
tem com a PSP e com as Forças Armadas, “funções que não competem à
região”.“Ou aumentamos os meios e,
portanto, as transferências são transferências [do Estado] que cobrem
este tipo de custos ou então damos maior amplitude à autonomia,
designadamente na área fiscal”, defendeu.Paulo
Rangel esteve acompanhado na visita a Miguel Albuquerque pelo seu
mandatário regional e diretor regional das Comunidades e Cooperação
Externa, Rui Abreu, por Miguel Pinto Luz (que há dois anos candidatou-se
à liderança do PSD) e pelo presidente da JSD, Bruno Melim.No
final da reunião, Albuquerque insistiu que não apoia, enquanto líder do
partido na região, nenhum candidato, para “evitar a fragmentação e
divisão interna dentro do PSD/Madeira)".Questionado
sobre se ficou satisfeito com as propostas de Paulo Rangel, o
presidente do Governo Regional respondeu que “qualquer pessoa que quer
governar Portugal tem a clarividência e o bom senso de perceber que são
questões de justiça e questões elementares”.O
Conselho Nacional aprovou no sábado a marcação de eleições diretas para
escolher o próximo presidente do PSD para 27 de novembro e o Congresso
entre 17 e 19 de dezembro, proposta por Paulo Rangel. Já o líder do PSD e
recandidato, Rui Rio, queria que as diretas se realizassem em 20 de
novembro.