Rangel afirma na ONU compromisso de Portugal com reforma da governação global
24 de set. de 2024, 12:02
— Lusa/AO Online
Numa
intervenção em representação de Portugal no segundo e último dia da
Cimeira do Futuro promovida pelo secretário-geral da Organização das
Nações Unidas (ONU), António Guterres, Paulo Rangel salientou que, num
tempo de conflitos e tensões, "Portugal escolhe o caminho da ação
coletiva, da interação, do multilateralismo, do diálogo, da paz"."Vivemos
num mundo de tensões geopolíticas, conflitos, crises, que afetam a
confiança dos cidadãos no multilateralismo. Não esquecemos os que morrem
em Gaza, na Ucrânia, no Sudão, nos conflitos do Sahel, na desigualdade e
na violência de género ou nos impactos crescentes e terríveis
das alterações climáticas", referiu.António
Guterres promoveu esta cimeira para obter um consenso em torno da
reforma do sistema institucional global e impulsionar o cumprimento dos
objetivos de desenvolvimento sustentável (ODS) da Agenda 2030 da ONU.No
domingo, primeiro dia da Cimeira do Futuro, a Assembleia Geral da ONU
acordou a adoção de três documentos: Pacto para o Futuro, Pacto Digital
Global e Declaração sobre Futuras Gerações.Em
nome de Portugal, o ministro dos Negócios Estrangeiros razão do
secretário-geral das Nações Unidas manifestou apoio ao "processo
ambicioso" lançado pelo secretário-geral da ONU para "reconstruir a
confiança num sistema multilateral eficaz centrado nas Nações Unidas". De
acordo com Paulo Rangel, "alinhado com esta visão ambiciosa e ampla do
multilateralismo mais eficaz, Portugal participou ativamente nas
negociações do Pacto para o Futuro, do Pacto Global Digital e da
Declaração sobre as Gerações Futuras", numa expressão de
"determinação em promover a paz, o desenvolvimento sustentável e o
respeito pelos direitos humanos"."Estamos
comprometidos em reformar o sistema de governação global, incluindo a
arquitetura financeira internacional. Continuamos empenhados neste
objetivo, enquanto país convidado pela presidência brasileira do G20,
cujo apelo à ação subscrevemos, e tendo em vista a 4ª Conferência
Internacional sobre o Financiamento do Desenvolvimento, cujo processo
preparatório é copresidido por Portugal e pelo Burundi", afirmou.Na
sua intervenção, Paulo Rangel fez referência à candidatura portuguesa a
um lugar de membro não permanente no Conselho de Segurança da ONU em
2027/2028."Foi precisamente para manter e
promover a paz e a segurança que criamos as Nações Unidas. É também um
dos objetivos deste Pacto para o Futuro com o qual nos comprometemos,
incluindo com vista a nossa candidatura ao Conselho de Segurança",
disse.O ministro mencionou que falava
nesta cimeira "em representação de Portugal e também
do primeiro-ministro de Portugal [Luís Montenegro] que, contra o
previsto não está aqui hoje presente por força dos terríveis incêndios"
da semana passada em Portugal.Depois, fez
uma ligação entre os incêndios e as alterações climáticas: "Ora, aqui
está um tema fundamental para o futuro do mundo, para o futuro das
nossas nações. Estes fogos indomáveis estão ligados às alterações
climáticas, ao desenvolvimento sustentável, ao planeamento da floresta e
das cidades"."Os desafios que enfrentamos
hoje não conhecem fronteiras e merecem um Pacto para o Futuro. Cabe
agora a cada país e a cada liga, a cada um de nós, escolher o caminho
para o futuro. Portugal escolhe o caminho da ação coletiva, da
interação, do multilateralismo, do diálogo, da paz e do compromisso
inabalável com um futuro melhor para todos", acrescentou.