Ramos-Horta diz que Timor-Leste e a China têm os mesmos princípios de política externa
30 de set. de 2022, 18:30
— Lusa/AO Online
José
Ramos-Horta falava na embaixada chinesa em Díli, a propósito do 73.º
aniversário da independência da República Popular da China, que se
assinala sábado.Para o chefe de Estado
timorense, “a China e Timor-Leste sempre perseguiram uma política
externa de respeito e desenvolvimento inclusivo e sustentável”.“Partilhamos
interesses comuns na salvaguarda da paz e da estabilidade no mundo e na
nossa região. E partilhamos interesses comuns na defesa da equidade e
da justiça internacionais. Ambos os países estão empenhados no alívio da
pobreza, a nível nacional e internacional”, disse.Nesta intervenção, Ramos-Horta sublinhou o “importante” papel que a China desempenha “na paz e desenvolvimento” da região.“Timor-Leste
reconhece o papel central da República Popular da China no mundo. Como
líder global e membro permanente do Conselho de Segurança das Nações
Unidas, a China tem uma grande responsabilidade na promoção e defesa do
diálogo para a preservação da paz regional e global”, indicou. E
acrescentou: “A paz só será real e duradoura quando for alcançada
através do diálogo e do respeito mútuo, em que nenhuma parte é coagida e
humilhada, em que a paz não é imposta pela parte mais forte”. Ramos-Horta recordou as relações longínquas entre os dois povos, mas também as mais recentes.“A
China foi o primeiro país a estabelecer relações diplomáticas com
Timor-Leste após termos conquistado a independência em 2002. E desde a
altura em que nos juntamos formalmente à comunidade internacional como
um Estado soberano igual, a China continua a apoiar-nos de muitas
formas”, apontou. Em termos de ajuda
chinesa, o Presidente da República de Timor-Leste enumerou o apoio “em
áreas como a educação, o desenvolvimento de infraestruturas, incluindo
estradas e edifícios públicos”.Durante a
última década, observou, “o valor total das importações da China para
Timor-Leste triplicou, passando de 21,5 milhões de dólares, em 2010,
para 69,2 milhões de dólares em 2019”.Já em relação às exportações de Timor-Leste para a China, foram de “apenas” 19,5 milhões de dólares. Mas
há novas perspetivas: “Recentemente, temos visto um interesse crescente
da China no café timorense e esperamos que isso continue, e que os
compradores chineses comecem a interessar-se por alguns dos nossos
outros produtos agrícolas de nicho, tais como baunilha e especiarias”.