Ramalho diz que carteira de imóveis do BES era “má, velha e ilegal”
Novo Banco
15 de set. de 2020, 16:10
— Lusa/AO Online
Segundo António Ramalho, da
carteira só 14% eram residenciais, 35% dos ativos tinham mais de cinco
anos (e 100 imóveis tinham mesmo mais de 20 anos) e “ilegal” porque, em
geral, os bancos são obrigados a vender imóveis no prazo de dois anos.Ainda
de acordo com o gestor, as vendas de imóveis foram competitivas e
sujeitas à “autorização prévia do Fundo de Resolução” no caso dos
imóveis cobertos pelo mecanismo de capital contingente (ou seja, imóveis
cujas perdas são compensadas pelo Fundo de Resolução bancário).Sobre
a escolha da empresa Alantra como consultora do Novo Banco, Ramalho
assumiu que essa foi uma decisão do Conselho de Administração depois de o
departamento de ‘compliance’ o ter desaconselhado por a presidente
executiva da Alantra Portugal, Rita Barosa, ter sido assessora de
Ricardo Salgado no BES (como noticiou o Público).A
administração do banco acabou por escolher a Alantra Espanha para o
assessorar na venda de imóveis, sem intervenção da equipa portuguesa."Confesso
que me sinto quase indignado por ter de explicar a minha ética
republicana", disse Ramalho, acrescentando que não conhece Rita Barosa,
mas considerando que alguém ter integrado determinada empresa não pode
prejudicar a sua vida profissional e a própria empresa.Estas
declarações levaram a deputada do BE Mariana Mortágua a afirmar que o
facto de o presidente executivo do Novo Banco se sentir incomodado ou o
Novo Banco insultado por determinadas perguntas não leva a que os
deputados deixem de as fazer.Na resposta
ao BE, entre elogios às capacidades intelectuais de Mariana Mortágua,
António Ramalho defendeu que "o Novo Banco não é um jogo político para
ser jogado, não é um Az neste jogo"."Temos
entre nós um acordo muito claro. Eu não contribuo nunca para a sua
eleição e sei que não gostaria que eu fosse eleito", afirmou ainda.