Histórias do Rallye
Rali salvo pelos mecânicos da Salvador Caetano

O micaelense Luís Carreiro recorda quando ficou sem assistência no rali porque o mecânico foi para um casamento...


Autor: Nuno Martins Neves

Comprar uma viatura com mais de 100 mil km a três semanas do rali, correr o último dia sem assistência e ainda assim terminar a prova? Tudo isto aconteceu ao piloto Luís Carreiro no Rali de São Miguel 1984.

A viatura era um Peugeot 104, “100 por cento de origem” mas com mais de 100 mil km no conta-quilómetros, comprado três semanas antes do rali com o objetivo de “alinhar à partida e terminar, nem que fosse empurrão!”. Depois de muitas peripécias, Luís Carreiro, que fez dupla esse ano com Carlos Ferreira, foi para o sábado sem assistência, “pois o meu mecânico tinha um casamento...”

“No final da 1ª Especial do sábado de manhã Lagoa do Carvão /Sete Cidades 1, perdi todo o óleo de motor/caixa (o Peugeot 104 era assim, o óleo do motor era também o da caixa como os Minis). Terminei a descida das Sete Cidades com o motor desligado, controlei no stop na ponte e empurrei o carro mais para a frente para desistir”, relembra.
Asalvação surgiu em forma de mecânicos da Salvador Caetano, que estavam a prestar assistência aos Toyotas.

“Puseram-se de baixo do carro e descobriram um furo do tamanho de uma aliança na lateral da tampa do comando do motor. Minutos depois, o furo estava tapado com uma ‘tampa de folheta’ improvisada e massa de ferro ou semelhante, 5 litros de Castrol GTX e fui embora sem penalizar à partida da próxima especial Sete Cidades/Lomba dos Homens 1!”.

Luís Carreiro não acreditava sequer que chegava à Lomba dos Homens mas terminou o rali, em 18.º e penúltimo.