Raimundo critica pressão "desnecessária” de Marcelo e diz que IRS Jovem vai cair
OE2025
30 de set. de 2024, 12:02
— Lusa/AO Online
Em
declarações aos jornalistas à margem de um encontro com a MURPI -
Confederação Nacional de Reformados, Pensionistas e Idosos, Paulo
Raimundo considerou que o Presidente da República adotou uma posição de
“pressão desnecessária” e injustificada sobre a aprovação do Orçamento
do Estado para 2025, mas salientou que esta não é uma “situação
inédita”.O secretário-geral do PCP
sublinhou ainda que, aos comunistas, interessa um orçamento com
respostas ao nível, por exemplo, dos “salários, pensões, SNS, habitação,
direitos dos pais e das crianças” e que não que seja "aprovada qualquer
coisa" só para evitar uma crise política.“O
Orçamento de Estado não vai responder a essas opções, por uma razão
simples. É um Orçamento de Estado de um Governo que tem um programa de
governo, tem opções de fundo (...). A questão não é essa. A questão é
saber quem é que vai pôr a mão por baixo dessa opção política de não
responder aos problemas concretos das populações”, acrescentou.Em
relação às negociações orçamentais, Raimundo reiterou que vê que entre o
Governo e o PS “opções de fundo que são, no fundamental, acompanhadas”.Raimundo
considerou que o IRS Jovem “foi construído, concebido e elevado a um
patamar para cair”, recordando que isto já foi “visto no orçamento
passado”, em relação ao imposto único de circulação (IUC).“Andámos
todos a discutir o IUC quando estava na cara que o Governo avançou com
aquela casca de banana. Já sabíamos que ia cair. O IRS Jovem está
destinado a acontecer-lhe isso”, disse.O
líder do PCP deixou também questões sobre o conteúdo do próximo
orçamento para lá do “grau de gritaria” em torno das negociações,
antevendo que o próximo texto orçamental manterá os “benefícios fiscais
para os grupos económicos”, aumentará a “transferência de recursos
públicos do SNS” para o setor privado e garantirá que a “banca continua a
fazer o seu grande negócio à custa da especulação com habitação”.“Isto
são as letrinhas pequeninas do OE. Nas trocas de galhardetes parece que
passam ao lado. O que é fundamental no orçamento é aumento dos
salários, aumento das pensões, garantir que se fixam profissionais no
SNS, dar resposta ao drama da habitação, pondo a banca a suportar o
aumento das taxas de juros e regulando as leis, responder à falta de
professores e à falta de lugares na creche e pré-escolar”, detalhou.