s
Radovan Karadzic não ofereceu resistência quando foi detido
Radovan Karadzic, antigo chefe político dos sérvios da Bósnia, procurado há 13 anos pela justiça internacional, não resistiu quando foi detido segunda-feira à noite num autocarro dos transportes públicos em Belgrado, noticiou a imprensa sérvia.

Autor: Lusa/AO online
“Ele estava com barba comprida e os cabelos estavam pintados de negro. Tinha consigo um saco de viagem e pensamos que se preparava para deixar Belgrado”, afirmou o jornal sérvio Politika, sem citar fontes.

    O jornal Blic precisou que Radovan Karadzic não ofereceu qualquer resistência quando foi detido e que os polícias o levaram depois de lhe terem tapado a cara.

    Karadzic tinha sido localizado na capital sérvia “há cerca de um mês”, referiu o Blic.

    A presidência sérvia afirmou que a detenção de Karadzic ocorreu na segunda-feira à noite, mas o advogado do detido afirmou que esta já tinha sido realizada na última sexta-feira, de acordo com o Blic.

    A generalidade dos jornais sérvios publicaram na primeira página a detenção do antigo homem forte dos sérvios da Bósnia que o Tribunal Penal Internacional para a ex-Jugoslávia acusou de genocídio pelas decisões tomadas durante a guerra da Bósnia entre 1992 e 1995.

    No entanto, os comentários políticos ainda eram raros nos jornais sérvios. Um dos responsáveis do Partido radical (ultra-nacionalista), Alexandar Vucic, considerou a captura de Karadzic como uma “notícia terrível para a Sérvia”.

    O Presidente pró-europeu sérvio, Boris Tadic, “fez tudo para que a Sérvia desapareça e para que as pessoas que simbolizam o patriotismo desapareçam”, adiantou Alexandar Vucic, citado pelo Politika.

    Ao contrário, o Partido liberal democrata (pró-europeu), citado pelo jornal diário Danas, não escondeu a satisfação.

    “Os cidadãos da Sérvia foram os reféns da política de Milosevic (antigo Presidente jugoslavo) e dos fugitivos de Haia, que travaram os interesses do povo sérvio ao se esconderem”, adiantou o Danas.

    O Tribunal Penal Internacional para a ex-Jugoslávia reclama ainda a captura do antigo chefe militar dos sérvios da Bósnia o general Ratko Mladic.