Radiações eletromagnéticas medidas em Portugal sempre abaixo de limites

28 de jul. de 2013, 12:23 — Lusa/AO online

  "Felizmente, em todos os locais que já medimos até hoje nunca encontramos nenhum em que os valores das radiações eletromagnéticas sejam acima dos máximos recomendados, acho que isso nos deixa a todos muito descansados", disse domingo à agência Lusa Luís Correia do INOV-INESC (Instituto Nacional de Engenharia de Sistemas e Computadores) e professor do IST. Por outro lado, "95% das medidas estão 100 vezes abaixo desses limites, o que significa que, de facto, na esmagadora maioria dos casos as pessoas estão expostas a valores muito baixos e não há motivos para preocupação", realçou. Atualmente, o INOV-INESC recebe um ou dois pedidos mensais para medir radiações magnéticas e até agora os seus técnicos já analisaram cerca de 3.000 pontos em todo o país. Muitas das solicitações, principalmente de entidades privadas, acabam por ser reencaminhadas para a ANACOM, a entidade reguladora da área das telecomunicações, com competências nessa área. "Muitos dos pedidos, recebemos de pais, de pessoas que estão preocupadas com antenas que existem perto das escolas frequentadas pelos seus filhos e desejam que façamos medidas" nos prédios ou nas ruas, explicou Luís Correia. Mas as câmaras municipais e as juntas de freguesia também enviam solicitações de análises de radiações, em especial na área da Grande Lisboa. Acerca dos receios transmitidos no contacto com o INOV-INESC, o especialista disse que "normalmente as pessoas não transmitem uma preocupação direta em relação a qualquer doença" e o objetivo é saber quais os limites das radiações eletromagnéticas nos locais "para saberem se apresentam um risco elevado ou não". Além das radiações relacionadas com os sistemas de comunicações móveis, há outras fontes de radiação, como da rádio e televisão. Existem também outros sistemas dos quais, muitas vezes, as pessoas se esquecem, desde a internet sem fios em casa, aos fornos de microondas, mas também aqui "todas as medidas feitas até hoje" pelo INESC nunca detetaram qualquer caso acima dos valores recomendados. "É aceite pelos organismos científicos internacionais que, se os níveis de radiação eletromagnética estiverem abaixo dos máximos recomendados, não existem quaisquer consequências para a saúde", lembrou o professor do IST.