Autor: Lusa / AO online
O anúncio foi feito hoje pelo secretário regional do Mar, Ciência e Tecnologia, Fausto Abreu, no final de uma reunião realizada em Ponta Delgada com a cooperativa Porto de Abrigo, uma das associações açorianas que mais tem contestado a suspensão temporária da pesca do goraz.
"Foi publicado hoje no Jornal da União Europeia, um acréscimo de 101 toneladas de quota de goraz para este ano", realçou o governante, acrescentando que, contudo, a quota continua a ser "restritiva", o que poderá obrigar a uma nova paralisação da pesca, eventualmente em outubro.
Em causa está a redução da quota de goraz imposta nos anos anteriores pela União Europeia aos pescadores açorianos, contestada não apenas pela classe piscatória, como pelo Governo Regional, que lembram que a própria frota já faz uma pesca "seletiva" desta espécie, uma das mais procuradas na região.
O Governo decidiu, após negociação com a Federação de Pescas dos Açores, suspender por 15 dias a pesca do goraz na região, entre 15 e 31 de julho, devido à captura intensiva desta espécie.
Liberato Fernandes, da Cooperativa Porto de Abrigo, discorda desta paralisação, porque alega que nem todas as ilhas pescaram goraz em demasia, e que esses acabaram por ser "penalizados".
"Temos uma proposta concreta para que a pesca passasse a ter uma gestão acompanhada e que houvesse redução do esforço de pesca nos meses de reprodução da espécie, ou seja, em janeiro, fevereiro e março", defendeu Liberato Fernandes.
O dirigente associativo entende, no entanto, que essa paralisação deve ser acompanhada de um apoio financeiro, que compense os profissionais pelo tempo que estiverem impedidos de sair para o mar.
O secretário regional do Mar discorda, no entanto, desta proposta da Porto de Abrigo, argumentando que a Região "não pode estar a "contestar a redução da quota junto da União Europeia", por um lado, e depois exigir subsídios, alegando razões biológicas, por outro.