Quinta dos Açores: o nome alternativo que virou principal marca do Grupo Barcelos
#empresa
15 de out. de 2024, 11:55
— Made in Açores
Três filhas
empreendedoras. Telma e Helga formaram-se em zootecnia. Diana optou pela
economia. Hoje são sócias dos pais num negócio com 159 colaboradores e
24 milhões de faturação.
“O meu pai, enquanto empresário agrícola, sempre teve o sonho de transformar o leite das suas vacas em produtos lácteos de valor acrescentado. Foram muitas as vezes que, em família, no pequeno-almoço de domingo, desenhámos em guardanapos de papel o projeto que viria a ser a Quinta dos Açores”, diz Helga Barcelos.Em 2008, o Grupo Barcelos tinha três empresas: Francisco Helvídio Barcelos, dedicada à produção de leite; Maria José Barcelos, dedicada à engorda de animais para carne e importação e exportação de gado; e Açorcarnes, dedicada à desmancha e comercialização de carnes. “O novo projeto em desenvolvimento iria introduzir uma nova área de negócio: a indústria transformadora dos laticínios e era tempo de criar uma marca mais focada no setor. Em 2012 decidimos que a Quinta dos Açores tinha potencial para ser a principal marca do Grupo e passou a ser também a nossa grande marca comercial”, refere Diana.A Quinta dos Açores foi evoluindo ao longo dos tempos, garantem as irmãs: “inicialmente, a Quinta dos Açores foi criada para designar a empresa que desenvolveria o projeto da indústria dos laticínios. Mais tarde passou a ser a empresa responsável por toda a produção industrial de carnes. Quando lançámos os produtos lácteos no mercado, em 2012, o país atravessava uma grande crise económica e tivemos grandes dificuldades para conseguir espaço de prateleira para os nossos produtos. Tivemos de pensar numa alternativa para dar a conhecer os produtos da marca e mais facilmente fazê-los chegar ao consumidor final. Assim, surgiu o conceito de restauração da Quinta dos Açores, cujo objetivo era mostrar e dar a provar os nossos produtos confecionados e combinados com outros produtos de destaque dos Açores e dando especial importância aos gelados. A restauração criou uma maior proximidade entre a marca e o consumidor”, acrescentam.“Enquanto grupo de empresas, estamos presentes em toda a cadeia de valor e contamos uma história, com conhecimento de causa, desde a produção da matéria-prima à sua transformação e posterior comercialização. Somos também um grupo de empresas e uma marca familiar e, como tal, procuramos sempre colocar um cunho muito pessoal em tudo o que fazemos. Acreditamos que um dos fatores diferenciadores é também o nosso gosto e respeito por representar as várias ilhas dos Açores. Posicionamos-mos para ser uma marca de todos os açorianos”, garantem.O conceito de restauração Quinta dos Açores foi replicado há 10 anos, em 2014, na ilha de São Miguel. “É uma extensão da nossa casa e fomenta um pouco este sentimento de que somos realmente uma marca dos Açores. Abrimos ainda a Loja do Gelado na zona da Marina de Angra. Atualmente, marcamos presença no mercado nacional em várias superfícies comerciais (El Corte Inglês, Sonae e Lidl) e nas lojas de venda de produtos dos Açores. Cada vez mais conscientes do que são os Açores e como produzimos por cá, o consumidor nacional demonstra, ano após ano, maior interesse nos produtos regionais. Acreditamos que não havendo limitações associadas ao seu orçamento pessoal e tendo fácil acesso, os produtos açorianos fazem parte do seu cabaz alimentar”, afirmam as sócias Barcelos.O Grupo Barcelos acredita que a gastronomia não pode estar dissociada do turismo nos Açores: “com boa carne, bom peixe e bons produtos lácteos, é sem sombra de dúvida um excelente atrativo e complemento às belezas naturais das nossas ilhas. Dos nossos produtos, os turistas adoram experimentar os sabores típicos açorianos nos gelados, por exemplo, o gelado de Dona Amélia, Queijada da Graciosa, Meloa de Santa Maria IGP, Ananás dos Açores/São Miguel DOP, Chocolate Com Queijo de São Jorge ou Banana Split”, dizem.As irmãs Barcelos acreditam que ser empresário nos Açores é um desafio acrescido. “Entre outros fatores, destaco os custos da insularidade, os custos e constrangimentos associados à logística da importação e exportação, a escala do mercado regional e o difícil acesso e capacidade de retenção de mão-de-obra qualificada. Crescer nas exportações é sempre um importante objetivo da marca”, afirmam.Atualmente os produtos da marca Quinta dos Açores são exportados para o mercado de Portugal Continental, Espanha, Alemanha, Suíça e Dinamarca. Em 2023 exportaram também para Inglaterra, Áustria e República Checa.