Questão dos cabos submarinos é de “grande prioridade”
15 de nov. de 2017, 09:20
— Lusa/AO Online
“Consideramos esse
assunto de grande prioridade do ponto de vista dos investimentos que é
preciso que o país faça no curto prazo, é um investimento que é exigente
do ponto de vista de recursos financeiros e também é exigente do ponto
de vista do prazo de execução”, afirmou aos jornalistas João Cadete de
Matos, em Ponta Delgada, no âmbito de uma deslocação aos Açores onde
teve uma audiência com o presidente do Governo Regional.Salientando
que os cabos submarinos, de fibra ótica para todas as comunicações,
“tal como estão, estão a atingir dentro de poucos anos a sua longevidade
e, portanto, necessitam de ser substituídos”, João Cadete de Matos
insistiu que “é muito prioritário tomarem-se decisões”, para acrescentar
que este assunto tem sido abordado com os governos central e regionais.“Tenho
dito aos responsáveis do Governo da República (…) identificando os
cabos submarinos e esta ligação entre o continente, os Açores e a
Madeira como uma questão de elevada prioridade e para a qual têm de ser
encontradas soluções”, referiu, sustentando que este “não é um problema
das regiões”, mas de “coesão nacional”.Para
o responsável, essas soluções devem “resolver os estrangulamentos” que
têm sido encontrados e, “embora a situação se possa dizer que não é má”,
enquanto “houver um concelho do país que tenha uma menor cobertura e
que não tenha uma capacidade de desenvolvimento dos acessos ao que são
direitos e objetivos de desenvolvimento tecnológico do país”, têm de ser
criadas condições.O
presidente da ANACOM afirmou que é desejável que se encontrem
“parceiros que possam fazer esse investimento”, na ordem dos 75 milhões
de euros, mas acrescentou que “não excluiria, à partida, que o Estado e
as entidades, quer da administração central, quer da administração
regional, chamassem a si próprias grande parte dessa responsabilidade
por esse investimento”.“Penso
que há, também, boas razões para que possam ser utilizados fundos
destinados à coesão dos territórios e às regiões ultraperiféricas para
que pudesse haver alguma compartição de fundos europeus”, adiantou,
defendendo que “onde o investimento privado puder ter lugar tanto
melhor, porque as contas públicas podem ser aliviadas”.João Cadete de Matos destacou, contudo, ser necessário garantir que o investimento privado não comprometa o interesse público.“Têm
de ser, desde início, negociadas as condições de investimento e depois
de exploração das novas soluções, para que não se tornem a repetir os
erros do passado, para que possa haver uma oferta de serviços de quem
tiver a propriedade e a gestão de cabos submarinos que garantam que
todos os operadores podem utilizá-los em condições competitivas”, disse.Para
João Cadete de Matos, neste momento, “não há razões para excluir nenhum
modelo”, mas há que “encontrar uma solução de exploração, de rendimento
e de utilização que minimize os custos e que garanta a concorrência”.