'Queremos que esta política fique como o SNS ou a escola pública'
Habitação
3 de mar. de 2023, 12:42
— Lusa/AO Online
“Queremos
que esta seja uma política que fique no nosso país, como o SNS ou a
escola pública”, afirmou a ministra da Habitação, Marina Gonçalves, que
falava, em Lisboa, na sessão “Mais Habitação: Novas Respostas”,
promovida pelo Partido Socialista (PS). Em
fevereiro, o Conselho de Ministros aprovou um pacote de medidas sobre
habitação, tendo por objetivo estimular o mercado de arrendamento,
agilizar procedimentos e atribuir incentivos à construção. Marina
Gonçalves garantiu que o Governo quer uma “nova geração” de políticas
de habitação, que vincou ser um direito de todos, cuja responsabilidade
deve ser assumida pelo Estado.Na sua
intervenção inicial, a governante referiu que uma das grandes medidas
para que “ninguém fique para trás” é o reforço do parque habitacional
público, um instrumento “para garantir que as pessoas têm uma habitação
adequada ao seu agregado e necessidades”.A
ministra da Habitação assinalou também que este trabalho, que começou
em 2015, foi reforçado com o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR),
cuja execução decorre até 2026, e apontou alguns instrumentos que já
estão no terreno como o Porta 65, dirigido, sobretudo, aos mais jovens,
ou o Programa de Apoio ao Arrendamento, que prevê incentivos para o
mercado privado.A segunda parte da sessão,
na qual militantes e dirigentes socialistas dirigiram questões e
propostas sobre este pacote de medidas, não foi aberta à comunicação
social. O "Programa Mais Habitação” prevê,
entre outras medidas, a disponibilização de mais solos para construção
de habitação, incentivos à construção por privados ou incentivos fiscais
aos proprietários para colocarem casas no mercado de arrendamento.Entre
as medidas que visam estimular o mercado de arrendamento, assim como a
agilização e incentivos à construção, incluem-se o fim dos vistos
'gold', o Estado substituir-se ao inquilino e pagar rendas com três
meses de incumprimento, a obrigatoriedade de oferta de taxa fixa pelos
bancos no crédito à habitação ou famílias que vendam casas para pagar
empréstimo da sua habitação ficarem isentas de mais-valias. As
medidas do Programa Mais Habitação vão custar cerca de 900 milhões de
euros, excluindo nesta estimativa o que venham a ser valores de custos
com rendas, com obras a realizar ou com compras, mas incluindo aqui o
valor das linhas de crédito, e será mobilizado através das verbas do
Orçamento do Estado, conforme já indicou o ministro das Finanças,
Fernando Medina.