Quercus diz que acordo ficou "muito aquém das expectativas"
COP30
Hoje 11:31
— Lusa/AO Online
“Há
um sentimento da parte das organizações da sociedade civil, e
concretamente na área do ambiente, que se fica sempre muito aquém
daquilo que eram as expectativas”, disse à Lusa a presidente da Quercus,
Alexandra Azevedo.Em comunicado, a
associação ambientalista portuguesa destacou a aprovação do Mecanismo de
Ação de Belém (BAM) para uma Transição Justa, que classifica como “um
claro avanço que reflete a ideia de justiça climática aprovação, e que
reflete uma pressão intensa da sociedade civil” na conferência das
Nações Unidas sobre o clima, a COP30.Pela
negativa, a dirigente destacou como “mais flagrante” a omissão em
relação ao roteiro para a transição dos combustíveis fósseis, que foi
proposto pelo Presidente do Brasil, Lula da Silva, na cimeira de
líderes, mas foi retirado do texto final.Para
a associação, “este seria efetivamente o caminho a seguir de acordo com
o que estipula a ciência”, mas da COP sai apenas uma iniciativa
paralela proposta pela Colômbia.“A
Colômbia foi mais longe ao assumir que não vão ser permitidas novas
explorações de petróleo na Amazónia colombiana”, recordou a Quercus.A
associação considerou que o financiamento para adaptação às Alterações
Climáticas ficou aquém das expectativas por a meta de triplicar o
montante de 40 para 120 mil milhões ter ficado para 2035 e não
2026-2029, como tinha sido acordado em Glasgow.A
Quercus criticou ainda a “lacuna de ambição das contribuições
nacionalmente determinadas (NDC, na sigla em inglês), que considerou um
“sinal claro de que os maiores emissores ainda não estão dispostos a
assumir o seu papel de serem os primeiros e mais rápidos a agir”.Os
países reunidos na COP30, em Belém do Pará, no Brasil, aprovaram hoje o
projeto final de acordo sem menção às energias fósseis e querem ver
triplicado o financiamento para a adaptação climática dos países em
desenvolvimento. Segundo o texto hoje
publicado, o projeto final do acordo entre os cerca de 200 países na
conferência climática da ONU, no Brasil, não contém nenhuma menção
explícita às energias fósseis, contrariamente às solicitações de muitos
Estados, incluindo os países europeus. O
texto, que tem ainda de ser aprovado por consenso na sessão de
encerramento que decorrerá ainda hoje em Belém, apela à triplicação do
financiamento para a adaptação climática dos países em desenvolvimento
nos próximos 10 anos.