Queixas por violência doméstica participadas diminuiram no segundo trimestre
19 de ago. de 2020, 13:35
— Lusa/AO Online
De acordo com os dados do segundo trimestre do
ano, disponibilizados pelo gabinete da ministra de Estado e da
Presidência, a Polícia de Segurança Pública (PSP) e a Guarda Nacional
Republicana (GNR) receberam nos meses de abril, maio e junho de 2020 um
total de 6.928 participações por violência doméstica, menos 6,2% do que
as 7.382 do período homólogo de 2019 e mais 570 do que as registadas nos
três primeiros meses do ano.O número de
homicídios em contexto de violência doméstica também baixou no período
em análise, com menos 28,6% relativamente ao período homólogo, tendo o
homicídio de homens decrescido em 50% (passou de dois para um) e o de
mulheres 40% (passando de cinco para três vítimas). No
que se refere ao número de agressores em situação de reclusão houve um
crescimento que se deveu, sobretudo, ao aumento de 11,7% dos “reclusos
em cumprimento de pena de prisão efetiva”, o equivalente, neste segundo
trimestre de 2020, a 847 pessoas.A prisão
preventiva subiu 4,3%, dos 208 agressores registados no segundo
trimestre de 2019 para os 217 do segundo trimestre de 2020.O afastamento como medida de coação aplicado pelo crime de violência doméstica subiu 29,5% no período em análise.O
aumento deveu-se, sobretudo, ao afastamento com “vigilância eletrónica”
(mais 39,2%, tendo passado de 416 para 579 agressores).As vítimas abrangidas pela teleassistência (o denominado “botão de pânico”) aumentaram 30,1%, tendo passado de 2.774 para 3.608.O
total de pessoas em situação de acolhimento devido ao crime de
violência doméstica baixou 24,4% (de 2.161 para 1.634) no primeiro
semestre do ano relativamente ao período homólogo de 2019 (estes dados
são apenas semestrais).No período de janeiro a junho de 2020, as mulheres em situação de acolhimento diminuíram 20,1%, de 1.135 para 907.O número de crianças em acolhimento baixou dos 997 para os 727 (menos 27,1%).Já
as “pessoas integradas em programas para agressores em meio prisional”
baixaram 15,2%, de 33 para 28 quando comparados os segundos trimestres
de 2019 e de 2020.As pessoas integradas “em programas para agressores na comunidade” aumentaram 15,5%, de 1.358 para 1.568.Quanto ao total de vítimas de violência doméstica transportadas, os dados apontam para menos 15,1%. A descida foi de 21,4% nas crianças (de 187 para 147) e de 8,2% nas mulheres (de 196 para 180).O
documento divulgado pelo gabinete da ministra de Estado e da
Presidência recorda que passa hoje um ano “da publicação da Resolução do
Conselho de Ministros que aprovou um conjunto de medidas de prevenção e
combate à violência doméstica”, notando que os dados divulgados visam
dar “continuidade ao compromisso do Governo em promover a publicação dos
dados trimestrais relativos a estes crimes”.