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Queijo São Jorge DOP, o segredo está na ilha

São Jorge é ilha afamada não só pelas suas muitas fajãs e pela Caldeira de Santo Cristo. O próprio queijo é, há muito, motivo para se falar da ilha dragão. Há mais de cinco séculos que o produto faz parte da sua identidade



Autor: Made in Açores

São apenas três ingredientes - leite cru, coalho e sal - mas o que lhe dá o seu sabor único são as características da ilha e o seu método de produção.


“A média de altitude das pastagens acima dos 500 metros, as gramíneas específicas da ilha e os ingredientes”, diz António Azevedo, presidente da Confraria do Queijo São Jorge.


Na década de 1980, com a criação da Região Demarcada, foi possível avançar para a certificação do queijo com Denominação de Origem Protegida (DOP) e para a marca São Jorge, cabendo à Confraria essa certificação: “Temos registado um crescimento. Atualmente, 35 % da produção total da ilha é certificada. São cerca de 800 toneladas por ano que já chegam a 36 países de cinco continentes”. Em alguns destes países, como a Austrália, as quantidades são pequenas; do lado oposto, Estados Unidos da América e Canadá são os principais mercados de consumo, devido à forte presença da emigração açoriana.


Edições limitadas

Ao consumidor chegam queijos com diferentes tempos de cura - três, quatro, sete, 12 e 24 meses - mas, mais recentemente, foram apresentadas edições especiais.


“A edição especial com 30 meses de cura, que está quase a esgotar, serviu para assinalar o aniversário da Confraria do Queijo São Jorge. Neste momento, estamos a lançar o queijo com 40 meses de cura, edição limitada com o nome 'Reserva 21', uma vez que o queijo foi produzido no ano de 2021”, refere António Azevedo.


O queijo DOP de 40 meses de cura é uma primeira experiência que já está a ter boa crítica: “Os chefes, especialistas em queijo curado, estão muito satisfeitos porque é um queijo que, realmente, se distingue dos outros. Em termos de culinária, é uma mais-valia”, revela, satisfeito.


Quanto à possibilidade de colocar à venda novos lotes de queijo com 30 e 40 meses de cura, o responsável responde que “não há quantidades suficientes para fazer curas prolongadas”.


Neste momento, há três fábricas a produzir o queijo São Jorge DOP: a Finisterra – Cooperativa de Lacticínios do Topo, Cooperativa Agrícola de Lacticínios dos Lourais e Cooperativa de Leitaria da Beira. Juntas, formam a união de cooperativas Uniqueijo. Contudo, produzem também queijo com o seu próprio nome - Topo, Lourais e Beira -, embora este não seja certificado, por ser confecionado com leite pasteurizado. É o chamado queijo ilha que, por vezes, é confundido pelo consumidor com o queijo DOP.


Certificado Bem-estar Animal

O bom momento que atravessa o queijo São Jorge DOP não é, ainda assim, para se baixar os braços.


Até ao final do primeiro semestre de 2025 estará concluído o processo de certificação do bem-estar animal. Está a decorrer há algum tempo e incluiu, por exemplo, a formação de produtores de leite.


Outra das constantes preocupações é manter o preço do leite pago ao produtor - é o mais bem pago dos Açores - e continuar a assegurar a qualidade que é reconhecida ao queijo São Jorge.