Quedas são a principal causa de morte acidental dos idosos
15 de nov. de 2017, 12:54
— Lusa/AO online
Esta
investigação, a que a Lusa teve hoje acesso, será um dos temas em
destaque na 2.ª Reunião Nacional do Núcleo de Estudos de Geriatria, da
Sociedade Portuguesa de Medicina Interna (SPMI), que se realiza quinta e
sexta-feira, no Centro Cultural e de Congressos de Aveiro.Segundo
Lia Marques, assistente hospitalar de medicina interna, “as quedas
ocorrem em 35 a 40% das pessoas com 65 anos e em mais de 50% da
população com mais de 80”.A
investigadora alerta para “as complicações graves” que podem resultar
dessas quedas, como “a perda de autonomia e a imobilidade”. “Sabemos
que 5% a 25% das quedas na população idosa se complicam com lesões
graves, como fraturas ou traumatismo craniano; 50% condicionam
internamento hospitalar e, destes internamentos, 40% terminam na
institucionalização do idoso por perda de autonomia”, sublinha Lia
Marques.Apesar
de a sua incidência aumentar com a idade, os especialistas sabem que as
quedas se devem a fatores de risco que estão bem definidos, “muitos dos
quais corrigíveis, o que faz com que as quedas na população idosa
tenham um grande potencial de prevenção”. A
investigadora defende que “devem ser implementados instrumentos de
rastreio para identificação do risco de queda e avaliação complementar
para controlo de cada um dos fatores de risco individuais para queda.
Fatores de risco extrínsecos para queda como trajetos mal iluminados ou a
presença de obstáculos no percurso dos doentes podem ser facilmente
corrigidos”.Do
programa da 2.ª Reunião Nacional do Núcleo de Estudos de Geriatria faz
ainda parte a prevenção cardiovascular no idoso que, de acordo com a
organização do evento, “passa pelo rastreio e tentativa de modificação
dos fatores de risco cardiovascular tais como a dislipidémia, a
obesidade, o sedentarismo, a hipertensão arterial, a diabetes mellitus
ou o tabagismo”.