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Quebra na procura pelo ensino profissional

Número de estudantes a optar por esta via de ensino sofreu uma redução face ao ano letivo anterior: inscreveram-se 873 alunos, menos 73 que em 2024/2025. Primeira quebra em quatro anos


Autor: Daniela Arruda/Nuno Martins Neves

O novo ano letivo 2025/2026 é marcado pela quebra do número de alunos nas escolas profissionais dos Açores, a primeira desde o ano letivo 2022/2023: no presente ano formativo, estão inscritos 873 formandos (integrados em 51 novos cursos profissionais de nível IV), menos 73 que o último ano letivo passado (946).

Na terça-feira assinalou-se o início do ano letivo nas escolas profissionais da Região com a visita de Maria João Carreiro, secretária regional da Juventude, Habitação e Emprego, à EPCCIPD (Escola Profissional da Câmara de Comércio e Indústria de Ponta Delgada), com o intuito de felicitar todos os alunos que integram este ensino e de valorizar o trabalho das escolas profissionais.

“O ensino profissional pode e deve ser a primeira escolha para os nossos jovens”,  afirmou a governante, acrescentando que o talento dos alunos “pode ser transformado em competências valorizadas no mercado de trabalho".

Durante a visita à EPCCIPD, Maria João Carreiro reforçou, junto dos jovens a importância de investir na qualificação, de permanecer na Região e de contribuir para o desenvolvimento das ilhas. 

“Nós precisamos de recursos qualificados. É importante também adquirir formação fora, noutra ilha, noutro país, mas regressem”, apelou, sublinhando:  “Aproveitem o conhecimento para regressarem e aplicar na Região".

Em relação às áreas de formação, aquelas com maior número de matrículas são Hotelaria e Restauração, Serviços de Apoio a Crianças e Jovens, Turismo e Lazer, Produção Agrícola e Animal, e Saúde - contabilizando 54% dos formandos que agora iniciam o seu ciclo formativo. 

Assim, Maria João Carreiro destaca o esforço das escolas para alinhar a oferta com as expectativas dos jovens e das necessidades das empresas. “Temos hoje mais oferta e mais matrículas nas áreas que criam emprego na Região”, disse.

Relativamente à EPCCIPD, este ano a escola abriu dois novos cursos: Técnico/a de Apoio à Gestão e Técnico/a de Turismo Ambiental e Rural, que acolhem 48 novos alunos.

No total, a escola conta agora 90 formandos, número recorde, incluindo oito alunos de  Cabo Verde e de São Tomé e Príncipe, sendo por isso considerada “uma referência no sistema de ensino e formação profissional nos Açores".

A governante refere ainda que este recorde “é sinal de que estamos a gerar confiança (...) e é fruto da forte aposta que se tem feito em ações de sensibilização dirigidas aos jovens". A secretária regional evidenciou também a capacidade da EPCCIPD de reconhecer quais as áreas do mercado de trabalho com potencial.

Além da oferta formativa, a escola aposta ainda em diversos projetos. Assim, para este ano letivo, estão previstos 16 programas, incluindo o MOOV (Programa de Mobilidade, Ocupação e Orientação Vocacional) e o Bento de Góis (uma visita de estudo à Terinov, ilha Terceira, e outra à BTL, Lisboa.

A secretária declara que o objetivo “tanto do Governo Regional, como  dos parceiros sociais e das escolas é criar todas as condições para que o ensino profissional seja um ensino de excelência".