Quatro lusos entre 'pesos pesados', um estreante e um 'reforço' de última hora
Vuelta
19 de out. de 2020, 15:58
— Lusa/AO Online
Além
de Oliveira, que em 2015 foi o derradeiro português a vencer uma etapa
na última das três grandes voltas, também Rui Costa (UAE Emirates),
campeão do mundo em 2013, traz experiência ao contingente luso, na mesma
equipa do estreante Ivo Oliveira, que vai correr a primeira das
‘grandes’.Já Ricardo Vilela (Burgos-BH),
que corre por uma das duas equipas de fora do escalão WorldTour, foi
chamado à última, a três dias do arranque, para substituir o espanhol
Jorge Cubero, devido a doença.Oliveira vem
de correr a Volta a França, em que subiu ao pódio como parte de uma
Movistar que venceu a classificação por equipas, e revela ter feito bom
trabalho de recuperação, descanso e depois de preparação.“Vamos
ver como o corpo reage a mais uma grande volta. Não é novidade para mim
fazer duas num ano, apesar de este ano ser bastante diferente, porque a
época vai muito mais longa do que o esperado”, atira.A
correr desde o final de janeiro, na Volta a San Juan, diz, bem
humorado, à Lusa que “já chega” e que as férias, após a chegada a
Madrid, são muito desejadas, mas primeiro a equipa espanhola traz “uma
grande equipa”, com três líderes possíveis, o veterano Alejandro
Valverde e os valores emergentes Enric Mas e Marc Soler.Com
apenas um contrarrelógio, o português espera ainda assim que possa “ter
uma oportunidade numa fuga para tentar vencer” uma etapa, mesmo que
tenha sido escolhido “como gregário, para trabalhar para a equipa”, além
de “dar o melhor e ver o que sai” no ‘crono’ da 13.ª etapa.Em
2015, foi também na 13.ª etapa da Vuelta que Nelson Oliveira ‘brilhou’,
ao vencer pela Lampre-Merida uma etapa em que se distanciou dos
resistentes de uma fuga numerosa para vencer a solo, no último triunfo
português na grande competição dos ‘vizinhos’.Com
três vitórias na Volta a França, Rui Costa também sabe o que é vencer
em grandes voltas e chega à Vuelta com esse objetivo específico, numa
equipa em que traz o compatriota Ivo Oliveira, que se estreia nas
‘grandes’.Quarto classificado na Volta ao
Algarve, num ano em que também esteve em bom plano na Volta a Limousin e
na Volta à Arábia Saudita, Costa chega como campeão nacional de fundo e
traz consigo o campeão do ‘crono’, Oliveira.Este
ano marcou ainda o fim do ‘jejum’ de etapas, que durava desde 2017, com
a primeira tirada na Arábia Saudita, a que se seguiu a prova de fundo
dos Nacionais, um bom augúrio para uma corrida em que Ivo Oliveira
procura ganhar experiência em provas de três semanas.Ricardo Vilela, por outro lado, era suplente na Burgos-BH e já estava em casa quando foi chamado para a ‘Vuelta’.“Já
não estava a contar vir, como é óbvio. Estive em Burgos até
quarta-feira, à espera que saíssem os resultados dos testes [ao novo
coronavírus], porque alguém podia ter um problema. Quando saíram, estava
tudo ok. (...) O meu colega começou a sentir-se mal, apanhámos bastante
chuva e frio numa prova no País Basco. Veio agravando os sintomas, e,
apesar do teste negativo, vim substituí-lo”, conta.A
sentir-se “bem e confiante” após o 14.º lugar final na Volta a
Portugal, em que liderou a equipa, quer “aproveitar a condição física”
que vem dessa prova, esperando que não traga “mais desgaste”.“O
objetivo da equipa é dar visibilidade aos patrocinadores, como fiz no
ano passado. Entrarmos nas fugas e tentar estar naquelas que possam
chegar à meta”, revela o ciclista.O atleta
luso correu a prova em 2015, com a Caja Rural, acabando no 48.º lugar
final, voltou dois anos depois com a Manzana Postobon, tendo sido 50.º, e
no ano passado, já na formação de Burgos, acabando em 105.º.A
75.ª edição da Volta a Espanha arranca na terça-feira em Irún,
terminando em 08 de novembro em Madrid, encurtada a 18 etapas, em vez
das habituais 21.