Quase toda a população residente em Portugal com imunidade contra a doença
Covid-19
15 de set. de 2022, 12:29
— Lusa/AO Online
As
conclusões do Inquérito Serológico Nacional Covid-19 (ISN COVID-19),
realizado entre 27 de abril e 08 de junho deste ano, indicam um aumento
de cerca de 10% da seroprevalência em relação à terceira fase do estudo
(86,4%), que decorreu de setembro a novembro de 2021.O
estudo, promovido pelo INSA, refere que a seroprevalência total foi
mais elevada no grupo etário entre os 20 e os 29 anos (98,6%) e na
região Norte (96,8%). Valores semelhantes
também foram observados em todos os grupos etários acima dos 20 anos,
inclusive nos maiores de 70 anos, no qual a seroprevalência estimada foi
de 97,2%, refere o INSA em comunicado.Os
grupos etários abaixo dos 10 anos foram aqueles onde se observaram
seroprevalências mais reduzidas (76,2% entre os 0-4 anos e 78,7% entre
os 5-9 anos), sendo, no entanto, abaixo dos 20 anos que se regista um
maior aumento da seroprevalência em relação à terceira fase do
inquérito.Para os autores do estudo, estes
valores traduzem, sobretudo, a elevada incidência de covid-19 na
população infantil, em especial durante a vaga Ómicron, em janeiro de
2022.“Os níveis de anticorpos foram mais
elevados no grupo etário dos 50-59 anos e mais baixos nos grupos abaixo
dos 10 anos de idade, o que indica que os indivíduos, simultaneamente,
vacinados e que tiveram uma infeção por SARS-CoV-2 se mantêm como
aqueles com níveis mais elevados de anticorpos, tal como se observou na
segunda e terceira fases do ISN COVID-19”, adianta o INSA. De
acordo com o estudo, o Algarve mantém-se a região com menor
seroprevalência (91,7%), provavelmente relacionada com menor cobertura
vacinal na região, enquanto o Norte é onde este valor é mais elevado.“Os
resultados obtidos na 4.ª fase do ISN COVID-19 corroboram as atuais
recomendações de vacinação em Portugal, isto é, a necessidade de cumprir
os esquemas vacinais em todas as idades e independentemente de
ocorrência de infeção anterior e a realização de segunda dose de reforço
nos grupos mais velhos e vulneráveis”, refere o INSA.Coordenado
e desenvolvido pelos departamentos de Epidemiologia e de Doenças
Infecciosas do INSA, em parceria com a Associação Nacional de
Laboratórios Clínicos, Associação Portuguesa de Analistas Clínicos e com
36 Unidades do Serviço Nacional de Saúde, a 4.ª fase do inquérito
analisou uma amostra de 3.825 remanescentes de soros de indivíduos de
todas as idades, que realizaram colheitas de sangue, numa rede de
laboratórios clínicos e hospitais, previamente selecionados e
distribuídos por todo o país.