Quase metade dos médicos com dedicação plena ao Serviço Regional de Saúde
10 de out. de 2025, 09:29
— Rui Jorge Cabral
A secretária regional da Saúde e Segurança Social, Mónica Seidi, revelou
que cerca de 370 médicos, correspondentes a 47% do total dos médicos do
Serviço Regional de Saúde, aderiram ao regime de dedicação plena. Um balanço feito pela secretária regional com a pasta da Saúde quando
faz um ano do lançamento do novo regime de dedicação plena para os
médicos do Serviço Regional de Saúde, com condições mais vantajosas do
que as definidas pelo regime nacional. “Gostaríamos que este número
fosse superior, mas nesta fase, este número ultrapassou o que era o
nosso objetivo”, admitiu Mónica Seidi. “O Governo Regional tem vindo
a fazer um caminho para que os Açores se tornem mais atrativos” e no
sentido de reforçar o Serviço Regional de Saúde com mais médicos,
lembrou Mónica Seidi, “porque se não conseguirmos captar e fixar
profissionais, todas as políticas que gostaríamos de implementar ficam
condicionadas”, numa região como os Açores, com três hospitais e nove
unidades de saúde de ilha. A secretária regional da Saúde e
Segurança Social falava ontem na sessão de abertura das 1.ªs Jornadas de
Reumatologia Açores & Madeira (ver peça ao lado) que decorrem no
Hotel Marina Atlântico, em Ponta Delgada e no Terra Nostra Garden Hotel,
nas Furnas.Sobre este evento, Mónica Seidi lembrou que “há todo um
potencial a explorar entre os dois arquipélagos”, dando o exemplo do
apoio prestado pelo Hospital da Madeira aquando do incêndio que obrigou à
evacuação do HDES em maio de 2024. Mónica Seidi salientou
igualmente “o impacto muito grande do ponto de vista social” das doenças
reumáticas, que estão entre as que mais afetam a população açoriana,
pelo que “temos de dar uma resposta aos nossos utentes”, seja ao nível
dos serviços de reumatologia dos hospitais da Região, seja ao nível dos
cuidados de saúde primários, “melhorando-se este relacionamento”. Até
porque, concluiu a secretária regional da Saúde e Segurança Social,
mesmo com o evoluir da telemedicina, “há muitos casos, nomeadamente na
reumatologia, em que há a necessidade de um exame físico específico”, em
que a tecnologia não substitui a presença física de um médico.Doenças reumáticas com efeito nas reformas e absentismo
A diretora do Serviço de Reumatologia do Hospital do Divino Espírito
Santo (HDES), Teresa Sampaio da Nóvoa, alerta para os efeitos na redução
da qualidade de vida, nas reformas antecipadas e no absentismo laboral
das doenças reumáticas crónicas e por vezes incapacitantes, como a
osteoartrose (desgaste progressivo das articulações) ou a artrite
reumatoide (inflamação das articulações). Por isso, é preciso um
“acompanhamento contínuo e cuidados diferenciados”, tendo o médico de
Medicina Geral e Familiar um papel “fulcral” na interligação com os
serviços hospitalares e no diagnóstico precoce. “São doenças que
provocam dor e a diminuição da mobilidade”, para além do efeito
psicológico, “o que faz com que o doente não esteja capaz de trabalhar”,
explica a diretora do Serviço de Reumatologia do HDES. Teresa
Sampaio da Nóvoa falava ontem em Ponta Delgada na sessão de abertura das
1.ªs Jornadas de Reumatologia Açores & Madeira, que decorrem até
sábado no Hotel Marina Atlântico, em Ponta Delgada e no Terra Nostra
Garden Hotel, nas Furnas, numa iniciativa conjunta dos serviços de
reumatologia do Hospital do Divino Espírito Santo (HDES), do Hospital de
Santo Espírito da Ilha Terceira (HSEIT) e do Hospital Dr. Nélio
Mendonça, na Madeira.Sobre a realização destas 1.ªs Jornadas, que
terão uma segunda edição na Madeira, Teresa Sampaio da Nóvoa, lembrou
que “somos arquipélagos, que apesar de termos uma dispersão geográfica
diferente, sentimos barreiras semelhantes”.