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Quase metade dos médicos com dedicação plena ao Serviço Regional de Saúde

Um ano após o lançamento do novo regime mais vantajoso que o nacional, cerca de 370 médicos já aderiram à dedicação plena ao Serviço Regional de Saúde, quase metade do total, superando mesmo o objetivo inicial do governo


Autor: Rui Jorge Cabral

A secretária regional da Saúde e Segurança Social, Mónica Seidi, revelou que cerca de 370 médicos, correspondentes a 47% do total dos médicos do Serviço Regional de Saúde, aderiram ao regime de dedicação plena. 

Um balanço feito pela secretária regional com a pasta da Saúde quando faz um ano do lançamento do novo regime de dedicação plena para os médicos do Serviço Regional de Saúde, com condições mais vantajosas do que as definidas pelo regime nacional. 

“Gostaríamos que este número fosse superior, mas nesta fase, este número ultrapassou o que era o nosso objetivo”, admitiu Mónica Seidi. 

“O Governo Regional tem vindo a fazer um caminho para que os Açores se tornem mais atrativos” e no sentido de reforçar o Serviço Regional de Saúde com mais médicos, lembrou Mónica Seidi, “porque se não conseguirmos captar e fixar profissionais, todas as políticas que gostaríamos de implementar ficam condicionadas”, numa região como os Açores, com três hospitais e nove unidades de saúde de ilha. 

A secretária regional da Saúde e Segurança Social falava ontem na sessão de abertura das 1.ªs Jornadas de Reumatologia Açores & Madeira (ver peça ao lado) que decorrem no Hotel Marina Atlântico, em Ponta Delgada e no Terra Nostra Garden Hotel, nas Furnas.

Sobre este evento, Mónica Seidi lembrou que “há todo um potencial a explorar entre os dois arquipélagos”, dando o exemplo do apoio prestado pelo Hospital da Madeira aquando do incêndio que obrigou à evacuação do HDES em maio de 2024. 

Mónica Seidi salientou igualmente “o impacto muito grande do ponto de vista social” das doenças reumáticas, que estão entre as que mais afetam a população açoriana, pelo que “temos de dar uma resposta  aos nossos utentes”, seja ao nível dos serviços de reumatologia dos hospitais da Região, seja ao nível  dos cuidados de saúde primários, “melhorando-se este relacionamento”. 

Até porque, concluiu a secretária regional da Saúde e Segurança Social, mesmo com o evoluir da telemedicina, “há muitos casos, nomeadamente na reumatologia, em que há a necessidade de um exame físico específico”, em que a tecnologia não substitui a presença física de um médico.

Doenças reumáticas com efeito nas reformas e absentismo

A diretora do Serviço de Reumatologia do Hospital do Divino Espírito Santo (HDES), Teresa Sampaio da Nóvoa, alerta para os efeitos na redução da qualidade de vida, nas reformas antecipadas e no absentismo laboral das doenças reumáticas crónicas e por vezes incapacitantes, como a osteoartrose (desgaste progressivo das articulações) ou a artrite reumatoide (inflamação das articulações). 

Por isso, é preciso um “acompanhamento contínuo e cuidados diferenciados”, tendo o médico de Medicina Geral e Familiar um papel “fulcral” na interligação com os serviços hospitalares e no diagnóstico precoce. 

“São doenças que provocam dor e a diminuição da mobilidade”, para além do efeito psicológico, “o que faz com que o doente não esteja capaz de trabalhar”, explica a diretora do Serviço de Reumatologia do HDES. 

Teresa Sampaio da Nóvoa falava ontem em Ponta Delgada na sessão de abertura das 1.ªs Jornadas de Reumatologia Açores & Madeira, que decorrem até sábado no Hotel Marina Atlântico, em Ponta Delgada e no Terra Nostra Garden Hotel, nas Furnas, numa iniciativa conjunta dos serviços de reumatologia do Hospital do Divino Espírito Santo (HDES), do Hospital de Santo Espírito da Ilha Terceira (HSEIT) e do Hospital Dr. Nélio Mendonça, na Madeira.

Sobre a realização destas 1.ªs Jornadas, que terão uma segunda edição na Madeira, Teresa Sampaio da Nóvoa, lembrou que “somos arquipélagos, que apesar de termos uma dispersão geográfica diferente, sentimos barreiras semelhantes”.