Quase metade das freguesias abrangidas pela decisão são "freguesias da Fibroglobal"
3 de mai. de 2023, 12:52
— Lusa/AO Online
João Cadete de Matos falava num encontro com
jornalistas, na sede da Anacom, em Lisboa, a propósito do sentido
provável de decisão (SPD) de impor à Meo/Altice Portugal o acesso à sua
rede de fibra ótica em 612 freguesias no país."Há
duas percentagens que são relevantes: 90% das freguesias da Fibroglobal
estão abrangidas nesta lista e, destas 612 freguesias, 46% são
freguesias da Fibroglobal", o que significa que "54% são freguesias em
que existe mercado significativo da Meo ou Fastfiber", afirmou o
presidente da Anacom.A Fibroglobal está
presente em 42 concelhos da zona centro e 12 concelhos dos Açores,
segundo dados da empresa, e é detida pela Fastfiber, controlada por
50,01% pela Altice Portugal e 49,99% por um fundo gerido pela Morgan
Stanley."O mapa é bastante ilustrativo, à
volta de 50% destas freguesias é onde existe a rede da Fibroglobal",
reforçou Carla Amoroso, chefe da divisão de mercados de telefonia fixa e
móvel da Anacom. Com a decisão de ser
imposta à Altice Portugal/Meo o acesso à sua rede de fibra ótica em 612
freguesias, o presidente da Anacom salientou ter a expetativa que os
operadores "utilizem esta possibilidade" de poderem alargar a presença a
estas regiões."Em muitas destas freguesias também existem áreas brancas", acrescentou o presidente da Anacom.Se
esta medida não fosse tomada, "significaria que nas áreas que não são
brancas nestas freguesias, em que há apenas a oferta do operador
dominante do grupo Altice" não haveria concorrência, prosseguiu."Nas
áreas brancas, essa vai ser uma das condições do concurso que a oferta
tem de ser grossista, tem de ser neutra, qualquer operador vai ter que
utilizar aquela fibra, aquilo que consideramos que também é necessário é
que nas freguesias onde já há fibra, nem que seja parcial, também essa
fibra seja partilhada e, portanto, também haja concorrência", salientou.