Quase 2,1 milhões de doses de vacinas inutilizadas em Portugal devido ao prazo
Covid-19
13 de dez. de 2022, 12:57
— Lusa/AO Online
Num balanço da
operação de vacinação contra a covid-19, o Ministério da Saúde explica
que estas vacinas foram inutilizadas atendendo ao prazo de validade dos
lotes adquiridos a nível europeu, de dezembro de 2020 (mês de início da
campanha de vacinação) até 30 de novembro de 2022.“Até
ao final do ano, é expectável que atinjam o termo da validade 1,3
milhões de doses de vacinas adicionais", refere em comunicado.Segundo
o Ministério da Saúde, Portugal apresenta uma das menores taxas de
inutilização a nível europeu, em resultado da conjugação da “grande
adesão” dos portugueses à vacinação e de “uma eficaz e responsável”
gestão do aprovisionamento das vacinas.Para
otimizar as doses de vacinas disponíveis, Portugal procedeu desde 2021 à
revenda e doação de vacinas, “num compromisso solidário para promover a
diminuição das assimetrias na acessibilidade global às vacinas contra a
covid-19”. “À data, foram doadas cerca de
8 milhões de vacinas e revendidas mais de 2,5 milhões de doses”,
salienta o ministério, adiantando que a autoridade nacional do
medicamento (Infarmed) está acompanhar os estudos que podem conduzir à
extensão do prazo de validade de lotes de vacinas, no âmbito do plano de
gestão eficiente de vacinas em função da cadência de fornecimento e
prazo de validade dos diferentes lotes. Segundo
o Governo, esta determinação está dependente da evidência gerada pelos
laboratórios e de posterior autorização pela Agência Europeia de
Medicamentos (EMA).De acordo com os dados,
Portugal recebeu 38,5 milhões de doses de vacinas, de diversas
tecnologias, em articulação com outros países da União Europeia, num
processo liderado pela Comissão Europeia, tendo sido administradas até à
data cerca de 26,5 milhões de doses. “Os
números evidenciam a enorme adesão da população ao processo de vacinação
iniciado em dezembro de 2020, e colocam Portugal, de forma destacada,
entre os países mais vacinados do mundo”, sublinha.O
Ministério da Saúde adianta que, perante o surgimento de novas
variantes do vírus SARS-CoV-2, que provoca a covid-19, optou-se por
utilizar, pela primeira vez, na campanha de reforço vacinal em curso,
“novas vacinas adaptadas às variantes em circulação, as chamadas vacinas
bivalentes, em claro benefício da saúde pública e da população”.Salienta
ainda que Portugal Continental se aproxima da meta de 3 milhões de
vacinados contra a covid-19 na campanha de outono-inverno 2022-2023, que
deverá ser atingida na segunda quinzena de dezembro, “cumprindo o
objetivo de vacinar, antes da chegada do período de maior circulação de
vírus respiratórios, a maioria de cidadãos com maior risco de doença”.De
acordo com estimativas internacionais, as vacinas permitiram salvar
cerca de 20 milhões de pessoas em todo o mundo. Em Portugal, estima-se
que as vacinas preveniram 1,2 milhões de infeções e evitaram cerca de 12
mil mortes.O aprovisionamento de vacinas é
constantemente monitorizado pelas autoridades portuguesas tendo em
vista a maximização da boa utilização das vacinas recebidas.