Quadro elétrico do HDES tinha vistorias em dia

8 de mai. de 2024, 17:52 — Nuno Martins Neves

No primeiro dos briefings semanais, sem direito a perguntas dos jornalistas, que o HDES vai começar a fazer, a presidente do Conselho de Administração, Manuela Gomes de Menezes, deu conta que o quadro elétrico, onde se iniciou o incêndio do dia 4 de maio, tinha as vistorias em dia."As últimas duas vistorias que foram realizadas ao quadro elétrico, geral, central, foram feitas em novembro de 2023 e março de 2024", afirmou, acrescentando que todo o equipamento existente no interior do hospital "têm os contratos de manutenção em dia".A responsável máximo pelo maior hospital da Região adiantou que já foi aberto um processo de averiguações, decidido na reunião extraordinária ocorrida no dia 6 de maio.Manuela Gomes de Menezes revela que os vários grupos técnicos do hospital estão com processos de verificação para a reposição dos sistemas, "que sejam nesta fase possível reativar"."A prioridade, desde sábado, foi restabelecer alguma energia elétrica para apoiar a transferência de doentes e conseguirmos dar continuidade aos nossos trabalhos de gestão de emergência", acrescenta. Ao nível de energia elétrica, os nove geradores que o hospital dispõe "não têm capacidade para manter de todo o HDES em funcionamento".Quanto à extensão dos danos reais provocados pelas chamas e pelo fumo, Manuela Gomes de Menezes dá conta que a fuligem comprometeu a qualidade da água do HDES, tendo-se infiltrado nos tanques, "sendo agora necessário vazá-los, limpá-los e voltar a enchê-los com água". Uma operação que estima estar concluída no final da próxima semana. O fumo também teve implicações no sistema de controlo de ar, comprometendo todas as zonas técnicas.A central telefónica, que ficou inoperacional desde o dia do incêndio, já se encontra a funcionar.Manuela Gomes de Menezes adianta que no imediato está a ser montada uma solução mais robusta de energia elétrica, "que permitirá fazer ensaios que permitiram aferir a extensão dos danos, que levarão à criação de um cronograma e avaliação das instalações".A reativação de todos os circuitos será feita de "forma muito lenta e faseada", de acordo com as prioridades da diretora clínica, pois é necessário "garantir todas as condições de segurança"."Estamos certos que os próximos meses vamos estar a trabalhar numa situação intermédia e precária", afirmouQuanto aos serviços administrativos, encontram-se "bastante condicionados", existindo constrangimentos ao nível processual, pelo que não é avançado uma janela temporal para a sua normalização.