Autor: Lusa/AO Online
De acordo com um comunicado do Kremlin (presidência russa), os líderes dos dois países destacaram, numa conversa telefónica, a sua determinação “em manter a verdade sobre os acontecimentos da Segunda Guerra Mundial, para combater as tentativas de rever o seu resultado e falsificar a História".
Durante a chamada telefónica, em vésperas das comemorações, na sexta-feira, dos 80 anos do “Dia da Vitória” em Moscovo, foi também referida “a contribuição decisiva do Exército Vermelho e de todo o povo soviético para a derrota do nazismo" em 1945.
Na conversa com Putin, Netanyahu realçou “o papel importante desempenhado por muitos oficiais e combatentes judeus" nas forças russas, de acordo com um comunicado do gabinete do primeiro-ministro israelita, citado pelas agências internacionais.
Os dois líderes discutiram ainda "vários aspetos da situação no Médio Oriente" e as relações entre os dois países, segundo o comunicado do Kremlin.
Vladimir Putin acusa frequentemente os países ocidentais de revisionismo histórico ao tentar minimizar ou distorcer o papel crucial da União Soviética na vitória sobre a Alemanha nazi.
A vitória de 1945 é o elemento central da narrativa patriótica russa e a memória desta guerra, que fez mais de 20 milhões de mortos na União Soviética e exigiu sacrifícios enormes à sua população, representa um trauma que ainda se faz sentir na sociedade.
Esta narrativa alimenta um patriotismo amplamente explorado pelas autoridades, que comparam a invasão russa da Ucrânia, em curso desde fevereiro de 2022, à luta contra os nazis durante a Segunda Guerra Mundial.
A Rússia planeia celebrar o 80.º aniversário da sua vitória sobre a Alemanha nazi, na sexta-feira, com um grande desfile militar na Praça Vermelha de Moscovo, que contará com a presença de Vladimir Putin e de líderes de cerca de 30 países.