Putin reitera a Macron determinação em continuar invasão
Ucrânia
3 de mar. de 2022, 16:55
— Lusa/AO Online
"Esta chamada
permitiu ao Presidente da República [francês] defender a alternativa
diplomática às operações militares, de dizer a verdade ao Presidente
Putin de como vemos esta guerra e as suas consequências para a Rússia a
longo prazo e esta conversa, infelizmente, serviu também para ouvir a
determinação do Presidente russo para continuar esta operação militar
até ao fim", afirmou fonte do Eliseu aos jornalistas.A
chamada com o Palácio do Eliseu foi pedida por Moscovo e aconteceu hoje
de manhã, tendo durado cerca de uma hora e meia. Os dois líderes
continuam a tratar-se por tu, falam através de tradução simultânea e a
conversa de hoje foi "concentrada, séria, difícil, mas estruturada",
segundo fonte da presidência francesa.Vladimir
Putin disse que a chamada servia para informar o Presidente Emmanuel
Macron de que a invasão da Ucrânia decorre como "previsto" e que se os
ucranianos não aceitarem a desmilitarização e um estatuto neutro pela
via diplomática, Moscovo "ia conseguir estes objetivos através da via
militar".Os argumentos como a
desnazificação da Ucrânia continuaram a ser utilizados pelo dirigente
russo, com Emmanuel Macron a argumentar que isso era uma mentira, como
reiterou na noite de quinta-feira quando se dirigiu aos franceses.O
Presidente francês tentou alertar o seu homólogo russo que o seu país
acabará "isolado, enfraquecido e a sofrer sanções durante muitos anos",
tentando sensibilizar ainda para a situação humanitária na Ucrânia,
pedindo para serem criados corredores seguros para a saída dos civis. Putin
terá respondido positivamente, sem fazer qualquer compromisso nesta
questão, negando ainda qualquer bombardeamento contra civis.Macron
terá indicado que a conversa deu a entender que "o pior pode estar para
acontecer" e que a Rússia ficará cada vez mais isolada.O
Presidente francês ligou a seguir a Volodymyr Zelensky com quem se
mantém em contacto, tendo o dirigente ucraniano referido que a Ucrânia
"não se vai render", embora as negociações prossigam hoje entre as duas
representações na Bielorrússia.