Putin promete desenvolver capacidade militar convencional e nuclear
Ucrânia
21 de dez. de 2022, 15:19
— Lusa/AO Online
“No
início de janeiro, a fragata ‘Almirante Gorshkov’ estará em serviço com
novos mísseis Zircon, que não têm equivalente no mundo”, disse Putin
durante uma reunião com os líderes militares para fazer um balanço das
atividades das forças armadas e estabelecer objetivos para 2023.O
míssil de cruzeiro Zircon, capaz de atingir nove vezes a velocidade do
som, pertence a uma nova família de armas desenvolvidas pela Rússia, tal
como o míssil balístico Kinjal.Estes dois mísseis hipersónicos, que Putin descreveu como invencíveis, já foram usados na guerra da Ucrânia.A
reunião dos principais dirigentes do Ministério da Defesa ocorre em
plena guerra na Ucrânia, que a Rússia iniciou a 24 de fevereiro deste
ano, quando invadiu o país vizinho para o “desmilitarizar e
desnazificar”.Na mesma reunião, o ministro
da Defesa, Serguei Shoigu, disse que a Rússia está a combater “as
forças combinadas do Ocidente” na Ucrânia através do seu apoio
financeiro e fornecimento de armas a Kiev.Shoigu
anunciou que o exército russo vai instalar bases navais para apoiar a
sua frota em Mariupol e Berdiansk, duas cidades que ocupa no sul da
Ucrânia.“Os portos de Berdiansk e Mariupol
são totalmente funcionais. Estamos a planear a instalação de bases de
apoio a navios, serviços de emergência e unidades de reparação naval”,
disse Shoigu, citado pela agência francesa AFP.Shoigu
propôs também aumentar a dimensão das forças armadas para 1,5 milhões
de efetivos e elevar o limite de idade para o serviço militar.“A
fim de garantir o cumprimento de tarefas para garantir a segurança
militar da Rússia, é necessário aumentar o número de militares para 1,5
milhões, dos quais 695.000 sob contrato”, justificou.Putin
disse concordar com o aumento de efetivos, depois de, em agosto, ter
assinado um decreto que já tinha elevado o número de pessoal de combate
para 1,15 milhões a partir de 01 de janeiro.Na
sua intervenção, Putin prometeu continuar a desenvolver as capacidades
de combate das forças armadas russas, que disse estarem em “constante e
diário aumento”.“Vamos continuar a manter e
a melhorar a prontidão de combate da nossa tríade nuclear”, disse
também o líder russo, referindo-se às componentes aérea, marítima e
terrestre das forças nucleares.À
semelhança do seu ministro da Defesa, Putin também denunciou que a
Rússia enfrenta na Ucrânia o potencial e as capacidades de guerra dos
principais países da NATO, aludindo às ajudas militares do Ocidente às
forças ucranianas.“Contudo, os nossos
soldados, sargentos e oficiais estão a lutar pela Rússia com coragem e
estoicismo. Passo a passo estão a resolver as tarefas definidas e estas
tarefas serão cumpridas”, disse Putin, citado pela agência espanhola
EFE.Putin disse que os meios da NATO utilizados em operações na Ucrânia para combater as forças russas são bem conhecidos.“Tendes
tudo isto, e tudo isto deve ser minuciosamente analisado e utilizado
para construir as nossas forças armadas, para elevar a capacidade de
combate das nossas tropas e dos serviços de segurança patrióticos”,
afirmou.“Vocês estão a lutar, e eu não
temo estas comparações, (…) como os heróis da Guerra de 1812, da
Primeira Guerra Mundial e da Grande Guerra Patriótica”, acrescentou,
referindo-se, no último caso, ao período da Segunda Guerra Mundial entre
o ataque nazi à União Soviética e a capitulação da Alemanha.Putin pediu um minuto de silêncio pelos russos caídos na Ucrânia.