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Putin e Modi presentes na cimeira da Organização de Cooperação de Xangai

A China afirmou que o Presidente russo e o primeiro-ministro indiano vão estar presentes na cimeira da Organização de Cooperação de Xangai, rejeitando qualquer confronto entre blocos


Autor: Lusa/AO Online

A cimeira, que vai decorrer entre 31 de agosto e 01 de setembro, em Tianjin (nordeste), "vai ser a maior" desde a fundação da organização, disse aos jornalistas estrangeiros, em Pequim, o ministro-adjunto dos Negócios Estrangeiros chinês, Liu Bin.

Liu disse que "o espírito" da organização tem como base a confiança, o benefício mútuo e o respeito pela diversidade, mantendo todos os valores face a "conceitos ultrapassados", como o confronto em blocos ou a mentalidade da Guerra Fria.

"No mundo de hoje, as velhas mentalidades de hegemonia e políticas de poder ainda prevalecem. Alguns países tentam colocar os próprios interesses acima dos outros, o que ameaça seriamente a paz e a estabilidade mundiais", disse.

"Quanto mais complexa e turbulenta se torna a situação internacional, mais os países precisam de reforçar a solidariedade e a cooperação para promover o desenvolvimento comum", considerou.

Os membros da Organização de Cooperação de Xangai incluem, além da República Popular da China, a Rússia, a Índia, o Paquistão, o Irão, a Bielorrússia, o Cazaquistão, o Quirguistão, o Tajiquistão e o Uzbequistão, representando aproximadamente 40% da população mundial.

Embora os países-membros afirmem que a organização não é um bloco militar e procura a proteção de ameaças como o terrorismo, alguns especialistas disseram acreditar que o principal objetivo é servir de "contraponto à Aliança Atlântica".

No entanto, existem tensões internas dentro do grupo, que inclui países adversários como a Índia e o Paquistão.

Em junho, a reunião dos ministros da Defesa dos países-membros, realizada na cidade chinesa de Qingdao, terminou sem uma declaração conjunta devido a divergências sobre questões de segurança, particularmente sobre terrorismo.

Nova Deli, que recusou assinar o texto final, denunciou que alguns países utilizam o terrorismo como ferramenta política, numa referência velada ao Paquistão.

Além de Vladimir Putin e Narendra Modi, o vice-ministro dos Negócios Estrangeiros chinês confirmou a presença dos Presidentes da Bielorrússia, do Irão e do Paquistão, entre outros.

Liu disse que também foram convidados os líderes de vários países, como Mongólia, Azerbaijão, Arménia, Camboja, Maldivas, Nepal, Turquia, Iraque, Turquemenistão, Indonésia, Laos, Malásia e Vietname.

Liu Bin convocou ainda o secretário-geral da ONU, António Guterres, dirigentes da Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN), da Comunidade de Estados Independentes e do Banco Asiático de Investimento em Infraestruturas.

O Presidente chinês, Xi Jinping, vai liderar reuniões de chefes de Estado e o encontro com os representantes dos países observadores, no qual vão ser abordadas questões ligadas à "segurança regional, o multilateralismo e o desenvolvimento sustentável".

O encontro vai decorrer antes da realização do desfile militar de 03 de setembro, em Pequim, em comemoração do 80.º aniversário do final da Segunda Guerra Mundial no Pacífico, ao qual assistirá Putin.