Putin denuncia alegados massacres em Bucha como uma falsificação
Ucrânia
12 de abr. de 2022, 16:50
— Lusa/AO Online
As autoridades
ucranianas anunciaram hoje que já contabilizaram 400 civis mortos em
Bucha, alegadamente vítimas de massacres das forças russas antes de se
retirarem daquela cidade e de outras localidades nos arredores da
capital da Ucrânia.Numa conferência de
imprensa com o Presidente da Bielorrússia após uma visita ao cosmódromo
Vostochny, no leste da Rússia, Putin disse que Alexander Lukashenko lhe
entregou documentos relativos a Bucha e considerou que a acusação de
massacres russos é falsa.Putin recordou o
alegado arsenal químico iraquiano que serviu de pretexto para a invasão
do Iraque pelos Estados Unidos, em 2003, e que foram encenadas
provocações semelhantes na Síria, acusando Al-Assad de utilizar armas
químicas.“Depois, verificou-se que se
tratava de uma falsificação. A mesma farsa está em Bucha”, disse o líder
russo, citado pela agência oficial TASS.Putin
disse também que sempre que um líder ocidental lhe fala em atrocidades
na Ucrânia, recorda a destruição causada pelos aviões norte-americanos
em cidades sírias como Al-Raqa, onde morreram centenas de civis em 2017.“Ninguém reagiu então”, disse.Putin
salientou que a campanha militar na Ucrânia “está a decorrer de acordo
com o plano” e que a sua duração dependerá da “intensidade dos
combates”, o que, segundo admitiu, implica perdas do lado russo.“A
nossa missão é atingir todos os objetivos estabelecidos, minimizando ao
mesmo tempo as baixas. Vamos agir com firmeza, calma, de acordo com o
plano que foi inicialmente elaborado pelo Estado-Maior”, disse, citado
pela agência espanhola EFE.Quanto à crítica do chanceler austríaco, Karl Nehammer, de que está “imerso numa lógica bélica”, Putin manteve a sua posição.“A
nossa lógica é simples. O nosso objetivo é ajudar as pessoas que vivem
no Donbass, que sentem uma ligação inquebrável com a Rússia e que
durante oito anos foram vítimas de genocídio”, respondeu, reafirmando um
dos objetivos da invasão da Ucrânia.Explicou
que as ações militares noutras regiões ucranianas estão relacionadas
com a intenção de neutralizar as forças inimigas, destruir
infraestruturas militares e “criar condições para ações militares mais
ativas no território do Donbass”.Putin
admitiu que a operação russa na Ucrânia é uma “tragédia”, embora
inevitável, e considerou que o mundo está a assistir à “rutura do
sistema mundial unipolar que foi formado após a desintegração da União
Soviética”.“Muitos dizem que os Estados
Unidos estão prontos para lutar contra a Rússia até ao último ucraniano.
Dizem-no ali e aqui. Essa é a quintessência do que está a acontecer”,
acrescentou.