Putin aprova nova doutrina naval para marcar linhas vermelhas ao Ocidente
Ucrânia
1 de ago. de 2022, 15:13
— Lusa/AO Online
“Estabelecemos
abertamente as fronteiras e as zonas que representam os interesses
nacionais da Rússia, tanto económicos como estratégicos. Aqueles que são
vitais”, afirmou o líder russo, citado pela agência Efe, durante uma
intervenção do Dia da Marinha, em São Petersburgo.Vladimir
Putin explicou que se trata da zona ártica, das águas do mar Negro
(Atlântico), de Ojotsk (Pacífico) e de Bering (Pacífico) e nos estreitos
do Báltico e das Ilhas Curilas.“Iremos garantir a nossa defesa, de forma firme e recorrendo a todos os meios”, assegurou.O
chefe de Estado russo disse ainda que a Marinha russa irá receber nos
próximos meses novos mísseis de cruzeiro hipersónicos “Tsirkon”, que
irão equipar a fragata “Almirante Gorshkov”.Vladimir
Putin tinha anunciado em 2018 um novo programa de rearmamento com
armamento hipersónico, tendo na altura destacado que o “Tsirkon” não tem
“comparação no mundo com outros “e que o alcance destes mísseis era
“praticamente ilimitado”. “A frota cumpre
com sucesso e honra as missões estratégicas nas fronteiras do nosso país
e em qualquer lugar do oceano. Está constantemente a ser aperfeiçoado”,
sublinhou.A cerimónia de assinatura da
nova doutrina naval teve lugar na Fortaleza de São Pedro e São Paulo, em
São Peterburgo, depois do Presidente russo ter dado início à parada
naval na antiga capital czarista e na ilha de Krostadt. De
acordo com o Kremlin, estão a participar no desfile naval de hoje mais
de 40 navios, submarinos e lanchas, 42 aviões e mais de 3.500 soldados,
embora ações similares se estejam a celebrar noutros portos, como é o
caso do enclave báltico de Kaliningrado.A frota russa tem desempenhado um papel ativo desde o início da invasão da Ucrânia.No
entanto, em abril a Rússia sofreu o seu maior revés, com o naufrágio,
provocado pelas tropas ucranianas, do navio 'Moskva', na sequência do
qual terão morrido cerca de trinta marinheiros.