Puigdemont vai recorrer do levantamento da imunidade junto de tribunal europeu

9 de mar. de 2021, 16:12 — Lusa/AO Online

O Parlamento Europeu votou a favor do levantamento da imunidade de Carles Puigdemont e dois dos seus ex-conselheiros, Toni Comín e Clara Ponsati, também eurodeputados, que estão fugidos à justiça espanhola por estarem envolvidos na organização, em 2017, de um referendo considerado ilegal sobre a independência da Catalunha.Na conferência de imprensa depois de ser conhecida a decisão de levantar a imunidade, Carles Puigdemont também denunciou o que considera ser "um caso claro de perseguição política"."Perdemos a nossa imunidade, mas o Parlamento Europeu perdeu muito mais: a democracia europeia", acrescentou o antigo presidente do governo regional da Catalunha, uma região de Espanha com um forte movimento separatista e onde os partidos independentistas estão em maioria no parlamento regional desde 2015.O levantamento da imunidade dos três deputados europeus irá permitir um novo exame, pela justiça belga, dos pedidos de extradição emitidos pela Espanha contra Puigdemont e Comin, que vivem na Bélgica desde 2017 para escapar à justiça espanhola. As autoridades judiciais na Escócia, onde vive Clara Ponsati, também suspenderam a avaliação do pedido de extradição enquanto esperavam a decisão do Parlamento Europeu.Os três deputados são acusados pela justiça espanhola de "sedição", e no caso do Carles Puigdemont e de Toni Comin também de "desvio de fundos públicos".O Governo espanhol já se congratulou esta manhã com a decisão do Parlamento Europeu, tendo a ministra dos Negócios Estrangeiros de Espanha realçado que “os problemas da Catalunha se resolvem em Espanha e não na Europa”.Arancha González Laya também afirmou que outras duas mensagens da votação da assembleia europeia eram que um eurodeputado "não pode usar o seu estatuto para evitar comparecer perante um tribunal nacional" e que o Estado de direito em Espanha é “sólido”.