Puigdemont insiste que devia ser presidente da Catalunha
24 de jan. de 2018, 15:51
— Lusa/AO online
Puigdemont
esteve reunido com o presidente do parlamento catalão, Roger Torrent,
na sede da Aliança Livre Europeia (ALE), depois de o Governo espanhol
ter impedido que o encontro se realizasse na sede da delegação da
Catalunha na capital belga.Por
seu lado, Torrent afirmou que transmitiu a Carles Puigdemont que “o que
o país precisa” e para o que “irá trabalhar” é que haja “rapidamente um
Governo [catalão] possível e eficaz”.“É
preciso um governo [catalão] que possa trabalhar desde o primeiro
minuto”, afirmou o presidente do parlamento regional, acrescentando que
se “devem recuperar as instituições” depois da intervenção de Madrid.Torrent
disse ainda que os serviços jurídicos da assembleia regional estão a
estudar que ações legais podem ser tomadas contra o facto de não se ter
podido reunir na delegação da Generalitat (governo regional) em
Bruxelas, situação que classificou de “muito grave”.O
presidente do parlamento regional deslocou-se hoje a Bruxelas para se
reunir com Carles Puigdemont, que propôs como candidato a presidente do
governo regional (Generalitat), para lhe comunicar a sua intenção de
convocar a sessão plenária de investidura para a próxima terça-feira, 30
de janeiro.Por
outro lado, o presidente do Governo espanhol, Mariano Rajoy, voltou a
assegurar esta manhã numa entrevista que o seu executivo impedirá a
investidura de Puigdemont como presidente da Generalitat e irá recorrer
ao Tribunal Constitucional assim que haja qualquer ato administrativo
nesse sentido.O
líder separatista está refugiado na Bélgica e é procurado pela justiça
espanhola, que o acusa de delitos de rebelião, sedição e peculato na
sequência da tentativa de criar um Estado independente.O
bloco de partidos independentistas tem a maioria dos assentos no
parlamento da Catalunha e o primeiro-ministro espanhol avisou na semana
passada que Madrid irá manter a sua intervenção na Catalunha no caso de
Carles Puigdemont tentar regressar ao poder na região.Se
o ex-presidente regional regressar a Espanha será imediatamente preso e
no caso de continuar em Bruxelas terá de ser investido à distância, o
que os serviços jurídicos do parlamento regional já consideraram ser
contrário à Constituição.As
eleições catalãs de 21 de dezembro foram convocadas pelo chefe do
Governo espanhol no final de outubro, no mesmo dia em que decidiu
dissolver o parlamento da Catalunha e destituir o executivo regional
presidido por Carles Puigdemont por ter dirigido o processo para
declarar unilateralmente a independência da região.