Puigdemont compromete-se a aceitar resultado das eleições de dezembro
31 de out. de 2017, 18:02
— Lusa/AO online
Puigdemont
falava numa conferência de imprensa em Bruxelas, para onde viajou na
segunda-feira acompanhado de outros cinco ex-membros do governo autónomo
da Catalunha, destituídos na sequência da aplicação do artigo 155.º da Constituição espanhola. "O povo da Catalunha
deve preparar-se para um longo caminho", alertou, acrescentando que "é
no terreno da democracia que nos tornamos mais fortes e no qual podemos
ganhar". Puigdemont disse ainda encarar "a convocatória de
eleições como um desafio político": "É pelo voto que resolvemos os
problemas". "Respeitaremos o resultado das eleições marcadas para 21 de dezembro", acrescentou. O separatista catalão denunciou ainda a "politização da Justiça" em Espanha, salientando que esta não é imparcial.
O auto-proclamado "presidente legítimo" do governo catalão alertou
ainda para o que considera ser um défice democrático em Espanha, o que
torna "impossível" o diálogo, apesar de ser esta a via que defende. Puigdemont viajou na segunda-feira para Bruxelas acompanhado de outros cinco ex-membros do governo autónomo da Catalunha, destituídos na sequência da aplicação do artigo 155 da Constituição espanhola. O parlamento regional da Catalunha
aprovou na sexta-feira a independência da região, numa votação sem a
presença da oposição, que abandonou a assembleia regional e deixou
bandeiras espanholas nos lugares que ocupava. O executivo de
Mariano Rajoy, do Partido Popular (direita), apoiado pelo maior partido
da oposição, os socialistas do PSOE, anunciou no sábado a dissolução do
parlamento regional, a realização de eleições em 21 de dezembro próximo e
a destituição de todo o Governo catalão, entre outras medidas.
Na segunda-feira, o Ministério Público espanhol apresentou acusações
contra os principais membros do governo catalão por rebelião, sedição e
fraude e contra a presidente do Parlamento regional e os membros da mesa
que processaram a declaração de independência.