Puigdemont afasta eleições antecipadas por falta de garantias
26 de out. de 2017, 16:02
— Lusa/AO online
"Sabem que estive disposto a convocar
eleições sempre e quando houvesse garantias que permitissem a sua
realização em condições de absoluta normalidade", afirmou Puigdemont,
numa curta declaração antes do início da reunião do parlament
(parlamento regional).Para o líder do executivo catalão, "não há
nenhuma dessas garantias que justifiquem hoje a convocação de eleições
ao parlamento". Puigdemont remeteu a decisão para os deputados
regionais: "Corresponde ao parlamento proceder para que a maioria
parlamentar decida, face às consequências da aplicação do artigo 155.º
contra a Catalunha", declarou."O meu dever era tentá-lo, honesta e
lealmente, para evitar o impacto sobre as nossas instituições da
aplicação do artigo 155.º" da Constituição, aprovada no passado sábado
pelo Conselho de Ministros e que deverá ser viabilizada esta sexta-feira
pelo senado espanhol. A aplicação desta medida, inédita na
história da democracia espanhola, "é fora da lei, abusiva e injusta" e
procura "erradicar o soberanismo". "Não aceito essas medidas,
porque são injustas, e porque escondem, quase sem dissimular, a intenção
vingativa de Estado" que "não tem intenção de parar a repressão",
declarou. Puidgemont acrescentou que procurou obter essas
garantias para a realização das eleições regionais antecipadas e que
esteve disposto a "sacrifícios" para garantir o diálogo, mas disse só
ter encontrado, do lado do Partido Popular (no poder em Madrid), "um
aumento da tensão".O responsável catalão disse que os catalães
têm pautado a sua atuação com "seriedade, compromisso e
responsabilidade" e também com "paz e civismo"."Nestas horas, o compromisso com a paz e o civismo devem manter-se mais firmes que nunca", declarou.