Publicado em DR criação do Conselho de Ética para as Ciências dos Açores
10 de ago. de 2020, 12:08
— Lusa/AO Online
A criação da nova entidade aprovada no
parlamento açoriano por proposta da bancada socialista é justificada
pelas "exigências atuais no domínio da assistência e da investigação
clínica, decorrentes das transformações das relações médico-doente” e
pela “dinâmica da investigação científica como área de estudo contínuo e
de inovação terapêutica”.O Comité
“apresenta-se como entidade de articulação entre as Comissões de Ética
(CE) hospitalares e a Comissão de Ética para a Investigação Clínica
(CEIC), no que se refere à informação e acompanhamento da investigação
clínica que decorre na região, numa harmonização dos requisitos éticos
para as boas práticas clínicas e de cooperação com as Unidades de Saúde
de Ilha ou outras instituições, na assessoria ética necessária”, lê-se
no decreto. O CECNTS desenvolverá uma rede
entre as CE da região, mantendo "uma relação próxima" com a Rede
Nacional das Comissões de Ética para a Saúde (RNCES).Esta
nova entidade poderá ainda atuar, "na sua identitária função
consultiva, no âmbito da introdução na região das tecnologias digitais e
a robótica no que se reporta ao seu impacto nas relações humanas,
nomeadamente na prestação de cuidados de saúde", frisa.Este
novo órgão consultivo tem como missão proceder à "análise e reflexão
sobre as questões éticas suscitadas pela evolução científico-tecnológica
nos domínios das ciências biológicas e da saúde, na sua vertente
assistencial e de investigação, incluindo a sua dimensão humana e
ambiental", e "também das tecnologias digitais e da robótica, tendo em
conta o impacto dos progressos destes domínios no desenvolvimento social
e bem-estar das populações", sublinha.Ao
CECNTS compete-lhe ainda a emissão de parecer no processo de
transposição ou adequação de normas, de caráter legal ou regulamentar,
na área da bioética quando o âmbito das referidas disposições for
regional.Esta nova entidade vai
"acompanhar a evolução dos problemas éticos suscitados pelos progressos
científico-tecnológicos nos domínios das ciências biológicas e da saúde,
na sua vertente assistencial e de investigação, incluindo a sua
dimensão humana e ambiental, e também das "tecnologias digitais e da
robótica, na influência que possam ter no desenvolvimento social e
bem-estar das populações", refere.Irá
promover a formação de profissionais de saúde e de investigadores e
poderá pronunciar-se, a pedido das Comissões de Ética (CE), ou outros
organismos sem CE, sobre a aprovação de projetos de investigação clínica
e sobre a suspensão ou revogação da autorização para a sua realização.Prestar
"assistência ética e mediação na tomada de decisões que afetem a
prática assistencial e a integridade científica, sempre que solicitado,
nomeadamente por técnicos ou utentes do Serviço Regional de Saúde
(SRS)", é outra das funções desta nova entidade.O
CECNTS é constituído por nove membros, oriundos da comunidade
científica e técnica superior na área da Ética, Ciências Biológicas e da
Saúde, Ciências Sociais e Humanas e Ciências Jurídicas,
preferencialmente dos Hospitais da região e das Unidades de Saúde de
Ilha, da Universidade dos Açores e centros de investigação.A nomeação dos membros do CECNTS é feita por portaria do membro do Governo Regional com competência em matéria de saúde.Foi
ainda publicado hoje em Diário da República o Decreto Regulamentar
Regional do Plano de Gestão das Áreas Terrestres do Parque Natural da
Ilha do Pico.Atualmente, a Rede de Áreas
Protegidas dos Açores integra 124 áreas protegidas, distribuídas pelos
nove Parques Naturais de Ilha, num total de 56.066 hectares de área
terrestre, o que corresponde a cerca de um quarto do território emerso
do arquipélago.O Parque Natural da Ilha do
Pico foi criado através do Decreto Legislativo Regional de 09 de julho,
estabelecendo os limites territoriais e as categorias das áreas
protegidas, as quais foram classificadas de acordo com os critérios da
União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN). Em
2004, a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a
Cultura (UNESCO) havia aprovado a inscrição na lista do Património
Mundial de uma área significativa da Paisagem da Cultura da Vinha da
Ilha do Pico.Assim este Plano de Gestão
das Áreas Terrestres do Parque Natural da Ilha do Pico visa "dar
resposta aos desafios que se colocam à gestão das respetivas áreas
protegidas", fixando "os usos e o regime de gestão compatíveis com a
utilização sustentável do território, em articulação com os instrumentos
de gestão territorial em vigor na área de intervenção", lê-se no
decreto.