PSP abordou autores de distúrbios em Guimarães fora da cidade por ser mais seguro
10 de ago. de 2022, 14:27
— Lusa/AO Online
Na sequência de um
comunicado da hoje, que dá conta de queixas sobre “aproximadamente 100
indivíduos” a “causarem distúrbios” no centro histórico vimaranense, por
volta das 22h30, o comissário da força de segurança confirmou a
“movimentação em massa, rápida e muito bem organizada” dos autores, que
começaram a ser monitorizados mal chegaram à cidade até serem
identificados “nas imediações da Área Metropolitana do Porto”, para onde
se dirigiam os cinco autocarros que os transportavam.“Não
foram identificados nem abordados na cidade por questões de segurança
para a própria população. Foram abordados numa zona segura para os
abordar, identificar e apreender o material que possuíam (…) Para nós, é
mais fácil controlá-los fora de uma zona urbana, onde era menos
provável que houvesse alteração de ordem pública”, referiu, em
conferência de imprensa na esquadra da PSP de Guimarães.Os
distúrbios, que incluíram “arremesso de mobiliário de esplanadas e
deflagração de artefactos pirotécnicos” num espaço público classificado
como Património Mundial da UNESCO desde 2001, aconteceram na véspera do
encontro de hoje para a Liga Conferência Europa de futebol, entre o
Vitória de Guimarães e o Hajduk Split, da Croácia, tendo 122 das 154
pessoas identificadas essa nacionalidade.Vítor
Silva reconheceu que o “arrastão” se enquadra na “forma organizada e
bem planeada” como grupos organizados de adeptos tentam “ocultar a sua
organização”, evitando até deslocações internacionais para o aeroporto
mais próximo do estádio do jogo, neste caso o Aeroporto Francisco Sá
Carneiro, no Porto. “Os autocarros foram
controlados à chegada à cidade e monitorizados. Só quando chegaram à
cidade é que confirmámos a existência desse grupo, como há outros que
estão a ser controlados (…). A ação em si era praticamente impossível de
evitar”, frisou.Questionado sobre os 23
portugueses no rol de identificados e a eventual pertença a um grupo de
adeptos do Benfica que tem ligação privilegiada com um grupo de adeptos
do Hajduk, o comissário referiu que esses cidadãos identificados têm
“cultura de grupo organizado de adeptos”, embora sem confirmar essa
ligação.Quando começou a monitorizar os
autores dos distúrbios na chegada a Guimarães, o contingente da PSP no
terreno optou por “traçar as movimentações” desses adeptos ao invés de
os confrontar diretamente, para mais tarde os identificar fora da zona
urbana, e rejeitou quer falhas de comunicação com a polícia croata, quer
“falta de efetivo” para um encontro no qual se espera 500 adeptos do
Hajduk Split.“A polícia tinha efetivo
reforçado nessa noite, como temos em todos os eventos internacionais.
(…) A polícia tem os meios adequados na cidade de Guimarães para
responder de forma célere. Por iniciativa própria, já pedimos reforço ao
Comando Metropolitano do Porto e à Unidade Especial de Polícia, através
do Corpo de Intervenção”, adiantou.O
comissário vincou que o fenómeno visto na terça-feira já se repetiu por
grupos de organizados de adeptos “noutras cidades europeias” e prometeu
“uma PSP preparada” para um jogo ao qual os adeptos se “podem deslocar”
sem “problema nenhum”.Vítor Silva
justificou ainda o facto de o Comando Distrital da PSP ter permanecido
incontactável após os incidentes com “o excesso de chamadas telefónicas”
e a demora em marcar presença na Praça da Oliveira – chegou hora e meia
depois do sucedido – com a prioridade dada à identificação dos autores
dos distúrbios. “A primeira preocupação
foi retirar os adeptos croatas do centro da cidade. Depois é que
regressou ao Largo da Oliveira para falar com as pessoas e proprietários
dos estabelecimentos. (…) Até ao momento, não temos ninguém que nos
tenha apresentado ferimentos ou queixas”, esclareceu.