PSD vai continuar a resistir “a dizer mal de tudo” afirmando-se como oposição responsável
2 de jan. de 2019, 14:26
— Lusa/AO Online
"Esta postura que,
é muito a marca de Rui Rio, tem, inclusivamente, exposto o PSD a
algumas críticas, é preciso dizê-lo, mas a verdade é que apesar dessas
críticas, o PSD tem resistido e vai continuar a resistir a dizer mal de
tudo”, afirmou André Coelho Lima, vogal da Comissão Política Nacional do
PSD, em reação à mensagem de Ano Novo do Presidente da República,
Marcelo Rebelo de Sousa.Para
o dirigente, que falava no Porto, o partido “tem resistido e vai
continuar a resistir a prometer o impossível, tem resistido e vai
continuar a resistir a entrar num discurso fácil e populista”.De
acordo com André Coelho Lima, "o PSD tem sabido ser uma oposição séria e
responsável", à altura do que os portugueses esperam, estando
"disponível para o diálogo com quem está no poder" e para concretizar as
reformas que o país precisa e para as quais "é mais importante a
postura dos partidos da oposição do que propriamente a postura dos
partidos de poder".Na
mensagem de Ano Novo, o Presidente da República apelou ao exercício do
voto nos três atos eleitorais de 2019, e considerou fundamental que haja
bom senso nessas campanhas, advertindo que radicalismos, arrogâncias e
promessas impossíveis destroem a democracia e pedindo políticas e
políticos mais confiáveis.Questionado
se a mensagem de Presidente seria uma chamada de atenção para os mais
recentes casos das falsas presenças de deputados no parlamento, André
Coelho Lima disse apenas que o PSD ouviu com humildade o Presidente da
República pelo que fará a sua parte.O
social-democrata disse ainda que, no essencial, a Comissão Política
Nacional do PSD se revê na mensagem do chefe de Estado, considerando que
o "apelo à participação eleitoral é muito importante ser feito e ao
qual o PSD se associa", mas também na "ambição de assegurar que a
economia não só se prepare para enfrentar qualquer crise que chegue"."Se
há tecla em que temos batido, particularmente Rui Rio, é a necessidade
de ter políticas para preparar o futuro. Temos afirmado constantemente
que o Governo tem governado a olhar apenas para o presente sem olhar
para o futuro, que tem ignorado que as políticas e hoje são aqueles que
vão herdar os nosso filhos e netos, tem governado sem preparar a nossa
economia para as crises, que como sabemos são cíclicas, é por isso, com
satisfação que verificamos que a mensagem vem totalmente ao encontro
daquela que tem sido a principal preocupação do PSD", sustentou.O
dirigente considerou, aliás, que, nesta matéria a mensagem do
Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, contraria o discurso
de Natal de António Costa, no qual este afirmou que Portugal cresceu
acima da média europeia."Crescendo
mais que a média da União Europeia não fazia sentido esta ambição fazer
parte do discurso do Presidente. Reforçando aquilo que aqui dissemos na
semana passada, Portugal não se aproximou da Europa, não cresceu mais
que a média da união europeia, teve ao invés um dos priores crescimentos
da União Europeia, apresenta o quarto pior PIB per capita da zona euro e
piorou a sua situação relativa no pós-troika, ou seja, no período que
diz respeito a esta legislatura, Portugal não convergiu, afastou-se. No
fundo a afirmação do Presidente da República vem contrair a afirmação do
primeiro-ministro", sublinhou.Na
sua mensagem, Marcelo Rebelo de Sousa sustentou: "Podemos e devemos ter
a ambição de assegurar que a nossa economia não só se prepare para
enfrentar qualquer crise que nos chegue, como queira aproximar-se das
mais dinâmicas da Europa, prosseguindo um caminho de convergência agora
retomado. Podemos e devemos ter a ambição de ultrapassar a condenação de
um de cada cinco portugueses à pobreza e a fatalidade de termos
portugais a ritmos diferentes, com horizontes muito desiguais", lamentou
o Presidente da República.