PSD “solidário com combate” no terreno, mas diz que ainda há “falhas estruturais”
Incêndios
12 de jul. de 2022, 12:50
— Lusa/AO Online
No
final da primeira reunião da Comissão Política Nacional (CPN) do PSD
desde a tomada de posse de Luís Montenegro no 40.º Congresso, a 03 de
julho, o primeiro vice-presidente do partido, o eurodeputado Paulo
Rangel, enunciou os incêndios e o “caos na saúde” como os dois temas
prioritários tratados na reunião.“Acompanhamos
os apelos do Presidente da República e do primeiro-ministro para que
todos os portugueses tenham comportamentos que diminuam largamente os
riscos, mas atenção: não podemos atirar as responsabilidades só para as
pessoas. Há uma seca extrema, há uma vaga de calor, há falhas na
política florestal, no apoio aos bombeiros, na política de comunicações.
Há lições que deviam estar mais bem aprendidas”, afirmou Paulo Rangel.Questionado
sobre as palavras do Presidente da República, que considerou não haver
comparação entre a preparação atual e a de 2017, Rangel repetiu que “há
um conjunto de questões estruturais que não foram resolvidas”.“Não
quer dizer que as forças de combate aos incêndios não estejam mais bem
preparadas”, admitiu, dizendo que as falhas são para “debater mais
tarde”, já que agora “a prioridade é ser solidário no combate”.Por
outro lado, o PSD “registou positivamente” que António Costa tenha
“finalmente ido ao terreno”, referindo-se às deslocações de hoje do
chefe de Governo por alguns distritos mais afetados pelos incêndios.“No
entanto, o PSD já tinha assumido esta questão como um grande combate.
Não é por acaso que o primeiro ato de Luís Montenegro como presidente
foi ir a Pedrógão Grande”, disse.Paulo
Rangel manifestou solidariedade com as famílias e empresas afetadas
pelos incêndios e gratidão A todos os que os combatem no terreno.Como
segundo tema prioritário, a CPN do PSD apontou “o caos na saúde”, com
Paulo Rangel a salientar que continua “um dominó de encerramentos pelo
país”, sobretudo na área da obstetrícia e pediatria.“Com
outra agravante, o mau funcionamento da emergência médica. Se
encerramos as urgências em muitas localidades, temos de deslocar as
pessoas e se temos problemas com os veículos de emergência essas pessoas
vão ter dificuldade em deslocar-se”, alertou.O
primeiro ‘vice’ do PSD manifestou ainda a preocupação da direção do PSD
pelo “excesso claro de mortalidade inexplicável” em Portugal,
atribuindo falhas à gestão da ministra e do Ministério da Saúde. “Não
houve até agora uma medida tomada pelo Governo para remediar - já não
para resolver - a situação das urgências em Portugal”, acusou.A CPN tomou ainda duas decisões sobre a agenda política do partido, no verão e na ‘rentrée’.“O
PSD vai retomar no seu formato tradicional a Festa do Pontal, terá
lugar no dia 14 de agosto, em Quarteira [Algarve]. Uma festa tal qual
como era tradição do PSD há décadas”, afirmou.O
partido irá também realizar, como já tinha sido anunciado, a
tradicional Universidade de Verão, entre 29 de agosto e 04 de setembro,
em Castelo de Vide, que terá como principal organizador Carlos Coelho –
coordenador da Academia de Formação do PSD – e que não se realizou nos
últimos dois anos devido à pandemia de covid-19.