PSD reúne hoje no Algarve pela primeira vez Conselho Nacional saído do Congresso de fevereiro
25 de set. de 2020, 10:37
— Lusa/AO Online
A primeira reunião do novo Conselho Nacional
deveria ter acontecido logo em março, mas a pandemia levou os
sociais-democratas a suspenderem todas os encontros presenciais até ao
verão. Hoje, o encontro terá novas regras:
além do uso obrigatório de máscara e de pontos de desinfeção das mãos,
para prevenir filas na entrada todos os participantes receberão uma
mensagem no seu telemóvel com o número da mesa para realizar a
credenciação.Salas separadas para
conselheiros eleitos com direito a voto e outra para os participantes,
com transmissão em direto - mas com direito a intervir na sala principal
-, desinfeção do púlpito entre intervenções, pedidos para evitar “a
circulação desnecessária” e aglomerados de pessoas, bem como quartos de
isolamento à disposição no hotel são outras das precauções adotadas pelo
PSDNa ordem de trabalhos do Conselho
Nacional de hoje, estão a aprovação das contas do ano passado,
alterações a regulamentos internos e “análise da situação política”, mas
alguns conselheiros querem levar já o tema das autárquicas ao órgão
máximo do partido entre Congressos. O
líder da JSD, Alexandre Poço, confirmou à Lusa que irá à reunião
defender o apelo que lançou numa carta aberta na quarta-feira aos
presidentes do PSD, CDS-PP e Iniciativa Liberal para um acordo de âmbito
nacional do centro-direita nas eleições autárquicas de 2021.Questionado
na quinta-feira se admite uma negociação global com o CDS-PP para estas
eleições, o presidente do PSD, Rui Rio, respondeu que “não está nada em
cima da mesa e está tudo em cima da mesa”.“O
PSD está tranquilamente a preparar as autárquicas, mais tranquilo do
que aquilo que devia por força da pandemia, e até 31 de dezembro vou
sempre dizer isto porque não tenho mais nada para dizer”, afirmou.
A direção do PSD já definiu que só a partir de janeiro (e provavelmente
após as presidenciais) devem começar a ser discutidos e apresentados
candidatos às autárquicas do outono do próximo ano. Paulo
Cunha, presidente da Câmara de Famalicão e que encabeçou a segunda
lista mais votada no último Conselho Nacional (logo depois da da
direção), não irá a Olhão por ser dia de Assembleia Municipal, mas
defendeu ser “importante que o partido comece a debater a questão
autárquica e a estimular os seus melhores quadros”, pedindo para Lisboa e
Porto “figuras que se identifiquem com o PSD e tenham um percurso
ligado ao PSD”.“Confesso que acho que o
PSD deve ter uma candidatura própria a Lisboa, e não apoiar uma
candidatura liderada pelo CDS”, referiu à Lusa um dos principais
apoiantes de Luís Montenegro na última disputa interna, questionado
sobre a sugestão do ex-ministro Poiares Maduro de uma candidatura
conjunta encabeçada por Paulo Portas.Numa
entrevista esta semana à SIC-Notícias, o presidente do PSD, Rui Rio,
elogiou as capacidades políticas do antigo líder do CDS-PP Paulo Portas,
mas garantiu que “nada está decidido” sobre o candidato do partido para
a Câmara de Lisboa.Hugo Neto, ex-líder da
concelhia do Porto e conselheiro nacional que pede uma reunião urgente
deste órgão desde julho, irá defender em Olhão que o encontro de hoje
seja o ponto de partida do debate interno para as autárquicas, que
considera exigirem "a unidade do partido, muito mais do que outras
eleições”.Antes da análise da situação
política, o Conselho Nacional tem na agenda duas alterações a
regulamentos internos que o secretário-geral do PSD, José Silvano,
classificou como de pormenor.Uma delas
visa fazer coincidir os prazos dos processos eleitorais internos com os
horários de funcionamento da sede (evitando que se fixem prazos para a
meia-noite, por exemplo) e outra para acrescentar, no regulamento de
disciplina, que constitui infração grave propor, requerer ou integrar
comissões de honra de listas de outros partidos (até aqui só se aplicava
a quem integrasse as listas efetivamente entregues em tribunal).