PSD rejeita que haja acordo nacional com Chega e acusa PS de “topete”
6 de nov. de 2020, 19:43
— Lusa/AO online
Em
declarações aos jornalistas no parlamento, o vice-presidente do PSD
André Coelho Lima centrou as críticas no secretário-geral adjunto do PS,
José Luís Carneiro, que acusou o PSD liderado por Rui Rio de virar as
costas ao fundador Sá Carneiro e de negociar o apoio do Chega a uma
solução governativa nos Açores, tendo como moeda de troca a revisão da
Constituição.“Não há qualquer moeda de
troca com a revisão constitucional, não há acordo nacional do Chega com o
PSD”, afirmou o dirigente social-democrata, explicando que foram
“transmitidos a elementos” do Chega os princípios do projeto de revisão
constitucional que os sociais-democratas pretendem apresentar na atual
sessão legislativa. Coelho Lima admitiu
que alguns desses princípios, já há muito defendidos pelo PSD, como a
redução de deputados, possam vir a merecer o acordo do Chega, “como de
outros partidos”, e recordou que uma revisão constitucional precisa de
uma aprovação mais ampla (de dois terços).“É
de lamentar o tom utilizado pelo secretário-geral adjunto do PS, que é
exatamente o mesmo partido que também ignorou a sua história para fazer
os entendimentos que considerou necessários”, afirmou, referindo-se às
legislativas de 2015 em que o PS, tendo ficado em segundo, formou
Governo, com o suporte parlamentar de BE, PCP e PEV.O
vice-presidente do PSD salientou que no atual cenário parlamentar, quer
nacional quer regional, “há uma pluralidade de representatividade de
partidos, que muda a lógica das conversações”.“O
PS foi o primeiro a ter essa iniciativa. Ficamos muito surpreendidos
que tenha a coragem, o topete, de ter declarações como teve o seu
secretário-geral adjunto”, criticou.Questionado
se o PSD admite, então, fazer uma coligação com o Chega em caso de uma
idêntica fragmentação em futuras legislativas, Coelho Lima recusou fazer
“futurologia”, tal como se escusou a responder se considera que um
acordo com o Chega seria semelhante ao que foi feito, em 2015, pelo PS
com os partidos à esquerda.“Não estou a
fazer equiparação, o PS não venceu eleições em 2015 e governou, porque
fez entendimentos que também violaram a tradição histórica do Partido
Socialista, é o último partido a poder ter a coragem de dizer aquilo que
disse”, respondei.