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Autárquicas
PSD reconquista presidência da ANMP e vence as maiores câmaras do país

O PSD venceu o maior número de câmaras nas eleições autárquicas de domingo, recuperando a Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP), que pertencia ao PS desde 2013, e triunfou nos cinco municípios mais populosos do país


Autor: LUSA/AO Online

O PSD venceu o maior número de câmaras nas eleições autárquicas de domingo, recuperando a Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP), que pertencia ao PS desde 2013, e triunfou nos cinco municípios mais populosos do país.

Nas eleições de domingo, no total nacional, o PSD com listas próprias, ou em coligações, venceu em 136 municípios contra 128 do PS, quando em 2021 tinha triunfado em 114, contra 149 dos socialistas.

Em relação aos maiores dez centros populacionais, as coligações lideradas pelos sociais-democratas conquistaram agora ao PS as câmaras de Gaia e Sintra, mantiveram Lisboa, Braga e Cascais. E ganharam no Porto, autarquia que tinham perdido em 2013 para o movimento independente liderado por Rui Moreira.

Entre outras conquistas significativas do ponto de vista político, o PSD ganhou ao PS as câmaras de Beja, Guimarães (que era um bastião socialista) e Espinho, cidade do primeiro-ministro, Luís Montenegro. E apoiou a lista vencedora em Setúbal.

“Não vou dizer que é um resultado histórico, mas é extraordinariamente relevante”, defendeu o presidente do PSD, no Porto, no final da noite eleitoral.

Apesar de ter perdido a presidência da ANMP, o PS continua a ter um peso significativo ao nível autárquico, detendo câmaras em todos os distritos do território nacional e nas regiões autónomas da Madeira e dos Açores.

Ao contrário do que se passou nas eleições legislativas de maio passado, em que ficou em terceiro em número de mandatos, ultrapassado largamente pela AD (coligação PSD/CDS) e também pelo Chega, o PS ficou agora a apenas a oito câmaras dos sociais-democratas e muito à frente das restantes forças políticas.

Na noite eleitoral de domingo, os socialistas causaram mesmo algumas surpresas ao vencerem em Viseu e Bragança, duas capitais de distrito tradicionalmente dominadas pelo PSD, conseguindo ainda retirar Faro e Coimbra aos sociais-democratas. E, entre outros municípios do sul do país, retiraram à CDU a autarquia de Évora.

No domingo, ao fim da noite, o secretário-geral do PS, José Luís Carneiro, realçou o facto de não se terem verificado para o seu partido as piores perspetivas em termos eleitorais.

"O PS voltou como grande partido de alternativa política ao Governo. O PS mostrou vitalidade e voltou e os portugueses voltaram a confiar no PS", declarou José Luís Carneiro.

Os resultados das eleições de domingo indiciaram também que ao nível local se manteve a tradicional bipolarização entre PSD e PS, partidos que disputaram entre si a grande maioria das câmaras, contrariando assim a tendência para um tripartidarismo (PSD/Chega/PS) resultante das eleições legislativas de maio passado.

Nas legislativas de maio, que a AD voltou a vencer com maioria relativa, o Chega ficou em segundo lugar em mandatos (60 em 230) mais dois do que o PS. Nestas eleições autárquicas, o Chega apenas venceu em São Vicente (Madeira), em Albufeira (no Algarve) e no Entroncamento (distrito de Santarém), somando pouco mais de 600 mil votos, quando nas legislativas de maio tinha atingido 1,4 milhões de votos.

Na reação aos resultados, André Ventura assumiu que não conseguiu atingir os seus objetivos, mas alegou que o Chega é um partido recente.

"Sempre disse que não há partidos de poder sem serem partidos autárquicos. Demos esse primeiro passo, mas ainda estamos longe dos objetivos a que nos tínhamos proposto”, afirmou.

A CDU voltou a recuar em termos de peso autárquico nacional, passando de 19 câmaras em 2021 para 12. Perdeu as capitais de distrito de Évora e Setúbal. E das 19 câmaras que a CDU tinha conquistado em 2021 manteve somente oito (Barrancos, Cuba, Arraiolos, Silves, Avis, Palmela, Seixal e Sesimbra).

Mora, Montemor-o-Novo, Aljustrel e Sines foram agora conquistadas ao PS. As duas primeiras, Mora e Montemor-o-Novo, foram recuperadas pela CDU depois de as ter perdido em 2021 para o PS.

O secretário-geral do PCP, Paulo Raimundo, reconheceu que o seu partido teve um resultado global negativo, em que as perdas não compensaram alguns sucessos do partido.

Já o CDS manteve as suas seis câmaras municipais, com o seu presidente, Nuno Melo, a realçar que há ainda um caso de uma autarquia por um democrata cristão, embora integrando uma lista com o PSD – uma alusão ao município da Meda, no distrito da Guarda.