Autor: Lusa/AO online
"O SRS apresenta um acentuado descontrolo dos gastos públicos, que coloca em causa a sua sustentabilidade e as suas prestações", frisou a líder regional social-democrata, recordando que a dívida é "superior a 600 milhões de euros".
Berta Cabral, que falava na abertura de um seminário sobre 'Políticas de Saúde e Cuidados Paliativos', na Horta, Faial, apontou como primeira prioridade de um futuro governo regional social-democrata o saneamento das contas da saúde.
Nesse sentido, assegurou que, caso o PSD vença as eleições regionais de 2012, vai sanear financeiramente o SRS, através de uma "eficiente utilização dos recursos" disponíveis e de uma "rigorosa contenção de gastos".
Para Berta Cabral, a redução da dívida da saúde pode também ser conseguida através do "combate à ineficiência e ao despesismo descontrolado", da "responsabilização dos gestores das unidades de saúde" e da "previsibilidade e transparência" na relação financeira entre a Região e os hospitais e centros de saúde.
Para a líder do PSD/Açores, mesmo com esta contenção de custos, é possível "aumentar a cobertura dos cuidados primários de Saúde", gastando melhor os recursos disponíveis, de modo a garantir "um médico de família para todos".
Berta Cabral defendeu que este objetivo pode ser conseguido mediante uma nova contratualização com os médicos de clínica geral e familiar que aceitem aumentar as suas listas de utentes ou com os médicos do setor privado que aceitem utentes do Serviço Regional de Saúde.
Na sua perspetiva, é necessário "humanizar a prestação dos cuidados de saúde, assegurando que as pessoas sejam tratadas com dignidade" e permitindo que os utentes passem a ter "liberdade de escolha" do médico de família, do centro de saúde ou do hospital.
Berta Cabral lamentou que a saúde esteja "doente" nos Açores, realidade que se deve, segundo frisou, à falta de planeamento, de gestão e de rigor na despesa pública nos 15 anos de governação socialista no arquipélago.
Para comprovar a situação de debilidade que se vive no setor, Berta Cabral recordou que existem 60 mil açorianos sem médico de família e que o arquipélago é a região do país com maiores taxas de prevalência de doenças cardiovasculares e de diabetes.