PSD quer reparar "falha" de sexta-feira na AR
O líder do grupo parlamentar social-democrata, Paulo Rangel, anunciou hoje que o PSD vai apresentar um projecto de lei para suspender a avaliação dos professores, como forma de reparar a “falha” nas votações de sexta-feira.

Autor: Lusa/AO Online
    Na sexta-feira um projecto de resolução do CDS-PP que recomendava ao Governo a suspensão da avaliação dos professores poderia ter sido aprovado, porque sete deputados socialistas quebraram a disciplina de voto deixando o PS em minoria, mas o diploma foi chumbado devido às ausências de 35 deputados da oposição, dos quais 30 do PSD.

    Hoje o grupo parlamentar do PSD reuniu-se para analisar o assunto e no final da reunião Paulo Rangel anunciou que o partido vai apresentar um projecto de lei para “ir ao encontro de um consenso parlamentar que se poderia ter criado na sexta-feira ”.

    “O grupo parlamentar do PSD deliberou assumir uma responsabilidade colectiva nesta matéria, situação que assume perante os portugueses e perante a opinião pública. Ao fazê-lo, entende que é seu dever moral, que é sua obrigação moral reparar de algum modo essa falha”, declarou Paulo Rangel, em conferência de imprensa, no Parlamento.

    “Esse reparo passa pela apresentação de um projecto de lei que visará suspender o modelo de avaliação dos professores em vigor, defendendo naturalmente sempre a avaliação dos professores”, acrescentou o líder parlamentar do PSD.

    Paulo Rangel apresentou o projecto de lei do PSD como um diploma “minimalista”, com três pontos: “A suspensão do actual modelo de avaliação, que haja um modelo transitório no prazo de um mês, qualquer que ele seja, a encontrar por consenso e que haja um novo modelo para aplicar no ano lectivo 2009/2010”.

    Segundo o líder do grupo parlamentar social-democrata, trata-se de um diploma “ainda mais consensual” do que o do CDS-PP e que não é apenas uma recomendação, mas “um projecto de lei que vincula o Governo” caso seja aprovado.

    “O PSD subiu a parada, passou do projecto de resolução para o projecto de lei”, sublinhou.

    “Isto é o primeiro grande sinal, um sinal de responsabilidade colectiva, de uma forma diferente de estar na política, de assumir as consequências dos erros e tudo isto foi aceite pelo grupo parlamentar no sentido de dar uma satisfação aos portugueses quanto à situação que ocorreu”, concluiu Rangel.

    Paulo Rangel ressalvou que, “naturalmente que, se entretanto se conseguir uma solução alternativa – há negociações em curso que terão, aliás, hoje algum desenvolvimento – naturalmente que o PSD estará disponível para responder a essa situação retirando o seu projecto se houvesse um acordo”.