PSD quer ouvir explicações sobre “asfixia financeira” nas escolas profissionais na AR
29 de nov. de 2017, 13:10
— Lusa/AO online
Em conferência de
imprensa, esta quarta-feira, na Assembleia da República, os deputados do PSD
Amadeu Albergaria e Luís Leite Ramos denunciaram os "atrasos do
pagamento às escolas do ensino profissional", relatando que têm recebido
"vários alertas e contactos", nomeadamente relativos aos fundos do POCH
- Programa Operacional Capital Humano."Algumas
das escolas dizem que pode estar em risco a sua continuidade no ensino
profissional. Merece a nossa preocupação porque está a provocar uma
asfixia financeira nestas escolas profissionais e estão em causa postos
de trabalho", explicou Amadeu Albergaria.O
deputado social-democrata adiantou que o partido vai dar entrada a dois
requerimentos urgentes para que o ministro da Educação, Tiago Brandão
Rodrigues, "possa prestar esclarecimentos e fazer um ponto da situação
sobre esta matéria", mas também como a questão tem tudo a ver com a
gestão de fundos comunitários, o PSD quer que o ministro do Planeamento e
das Infraestruturas, Pedro Marques, apresente explicações aos
deputados."Estamos
a falar exclusivamente das escolas que são financiadas por fundos
comunitários, o que exclui as escolas de Lisboa e Vale do Tejo que são
financiadas diretamente pelo Orçamento do Estado", acrescentou.Já
Luís Leite Ramos considerou que esta "realidade colide de frente com a
narrativa governamental relativamente a um programa Portugal 2020
executado em velocidade cruzeiro"."As
escolas estão sem receber os 55% referentes ao ano letivo 2016/2017 que
foram devidamente submetidos ao POCH e cujo pagamento tem vindo a ser
adiado. Há escolas que já esgotaram as contas caucionadas e os recursos
financeiros que tinham obtido junto da banca", denunciou.Mais
"grave do que tudo isto é", de acordo com o deputado, que "o concurso
financeiro que normalmente abre em julho ou setembro para o ano de
2017/2018 ainda não abriu"."O
que é estranho é o facto das escolas de Lisboa e Vale do Tejo porque
têm financiamento do estado central não têm problemas e as do resto do
país, nomeadamente as do interior, porque dependem dos fundos
comunitários estão a ser fortemente penalizadas. Os responsáveis estão
confrontados mais com uma palavra dada que não foi honrada", acusou.Luís
Leite Ramos manifestou ainda preocupação com a possibilidade de ter
havido "enviesamentos e mesmo distorções na gestão dos fundos
comunitários com a utilização indevida de algumas das verbas", o que a
ter acontecido "naturalmente trata-se de um problema grave porque isto
pode ser o início de um sério contencioso com a Comissão Europeia"."O Governo e o Estado português arriscam-se a ter pesadas sanções por não estarem a fazer a gestão correta", explicou.Das
ações a tomar no imediato, anunciou ainda Amadeu Albergaria, o PSD "vai
dirigir um conjunto de perguntas escritas, por cada círculo eleitoral e
para cada uma destas escolas procurando fazer o ponto da situação
porque os casos não são todos iguais" e vai visitar "durante esta semana
e na próxima nestas escolas para ver ‘in loco' as dificuldades que
estão a ser vividas neste momento".