PSD quer acabar com a “ingerência política” na SATA
Açores/Eleições
14 de out. de 2020, 17:38
— Lusa/AO Online
“O que tem acontecido no passado foi
ingerência política nos negócios da empresa [SATA], no que diz respeito,
designadamente, a esta oportunidade fora do contexto do transporte
interilhas e da falta de profissionalização da sua gestão. É coisa que é
para acabar”, declarou Bolieiro.O presidente do PSD no arquipélago falava hoje aos jornalistas em Santa Cruz da Graciosa, após uma ação de campanha do partido.O
também cabeça de lista por São Miguel às próximas eleições regionais de
25 de outubro assegurou que não existirá interferência na gestão
profissional da companhia, caso venha a chefiar o executivo açoriano.“O
PSD, comigo a governar os Açores, não intervirá na gestão profissional
da empresa [SATA], mas garantirá que as obrigações de serviço público de
transporte aéreo de passageiros interilhas sejam boas para os açorianos
circularem”, declarou.Bolieiro salientou
que a viagem para a Graciosa fê-lo ter a “clara noção” da “importância”
da proposta do PSD para a criação de uma tarifa Açores, que estabeleça o
teto máximo de 60 euros para uma viagem entre as ilhas açorianas, à
exceção da viagem entre as Flores e Corvo, por serem “ilhas de
proximidade”.“Paguei, vindo de São Miguel
para aqui [Graciosa], na tarifa sem restrições, 117 euros. A nossa
proposta da tarifa Açores é de ser, no preço máximo, 60 euros ida e
volta, incluindo taxas aeroportuárias”, reforçou.Questionado
sobre os impactos da proposta nas contas da SATA, Bolieiro destacou que
a criação de uma tarifa Açores iria favorecer o “músculo financeiro e
económico da SATA” porque estaria “assegurada a subvenção no âmbito das
obrigações de serviço público” e porque a baixa de preços nas passagens
garantiria uma “elasticidade na procura”.“Em
vez dos aviões andarem menos ocupados, passam, eventualmente, a ter
mais procura e, portanto, mais ocupados. Isso dá mais receita. Ademais
redefinirá a estratégia e a gestão da empresa, na medida em que, com
mais eficiência, ela porá fim a tantos prejuízos”, assinalou.O
presidente do PSD/Açores salientou que, ao longo dos “últimos oito anos
de governação do Partido Socialista”, a SATA registou um prejuízo
acumulado de 260 milhões de euros.Uma comitiva do PSD/Açores chegou hoje à ilha Graciosa, no âmbito da campanha eleitoral para as eleições regionais.Além
de fazerem campanha no centro de Santa Cruz, os sociais-democratas
percorrem a freguesia rural da Luz, onde o maior desafio foi encontrar
gente para transmitir o programa eleitoral do partido: “é a tarefa de
procurar alguém e encontrar ninguém”, soltou a certa altura José Manuel
Bolieiro.“Sente-se na Graciosa o
despovoamento. É preciso ter uma política até para a criação de um
mercado regional e da mobilidade, [para] conhecer a Graciosa e o seu
potencial, para ser suficientemente atrativa para residir”, afirmou o
líder social-democrata.As legislativas dos
Açores decorrem em 25 de outubro, com 13 forças políticas candidatas
aos 57 lugares da Assembleia Legislativa Regional: PS, PSD, CDS-PP, BE,
CDU, PPM, Iniciativa Liberal, Livre, PAN, Chega, Aliança, MPT e
PCTP/MRPP. Estão inscritos para votar 228.999 eleitores.No
arquipélago, onde o PS governa há 24 anos, existe um círculo por cada
uma das nove ilhas e um círculo de compensação, que reúne os votos não
aproveitados para a eleição de parlamentares nos círculos de ilha.